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Arquivo Mensal fevereiro 2018

Seminário – De Alma Ata à Estratégia Saúde da Família: 30 anos de APS no SUS – avanços, desafios e ameaças”

A Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde da Abrasco (Rede APS) convida para o seminário “De Alma Ata à Estratégia Saúde da Família: 30 anos de APS no SUS – avanços, desafios e ameaças”, evento preparatório para o Abrascão 2018.

O objetivo do seminário é debater uma agenda política estratégica para a atenção primária à saúde no SUS. O evento é gratuito e aberto a todos os interessados na temática.

Programação

20 de março – terça-feira – Ensp/Fiocruz
Manhã
9h – Mesa redonda – Uma agenda estratégica para a atenção primária à saúde no SUS
Ameaças ao SUS no momento atual – Ronald Ferreira dos Santos – presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS)
Impactos positivos da APS na saúde da população – Rosana Aquino (ISC/UFBA)
Impactos deletérios das políticas de austeridade na saúde da população – Davide Rasella (ISC/UFBA)
APS no SUS: contexto e desafios – Luiz Augusto Facchini (UFPel)
Coordenação: Ligia Giovanella
11h12h – Debate e respostas das perguntas online
Local: Auditório térreo – ENSP/Fiocruz

Transmissão online: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/ensp-fiocruz – Ajuda para conexão: https://sites.google.com/view/tutomconf

Tarde
13h30-16h30 – Grupos temáticos
Grupo 1 – Força de trabalho e práticas profissionais na APS – sala 406
Coordenadora: Ana Luiza Villas Bôas (ISC/UFBA) -Relatora: Elaine Thumé (UFPel)

Textos disponíveis 

O Trabalho dos ACS – autores: Márcia Valéria Morosini (Escola Politécnico/Fiocruz) e Angélica Ferreira Fonseca (Escola Politécnico/Fiocruz)

Morosini,Fonseca-OtrabalhodoACS 2018

Saúde Bucal no SUS – autores: Elisete Casotti (UFF)  Daniela Carcereri (ABENO) 

Casoti,Carcereri etal- Saúde Bucal2018

NASF – Autores: Lílian Miranda (Ensp/Fiocruz) e Eduardo Melo (Ensp/Fiocruz)

Miranda,Melo_NASF2018

Equipe Multiprofissional – Autores: Nelson Filice de Barros (FCM/Unicamp), Cristiane Spadacio (FCM/Unicamp) e Marcelo Viana da Costa (UERN)

Felice,Spadacio-EquipeMultiprofissionalnaAPS2018

 

Grupo 2 – Modelo de atenção e impactos na organização dos serviços – sala 718

Coordenadora: Claunara Mendonça (UFRGS) – Relatora: Elaine Tomasi (UFPel)

Textos disponíveis

Acesso e acolhimento às demandas dos usuários na APS – 

Autor: Charles Tesser-UFSC

Tesser- Acesso e acolhimento às demandas dos usuários na APS 2018

Práticas Integrativas e Complementares na APS: situação atual, problemas e estratégias de expansão no Brasil 

Autores: Charles Tesser – UFSC
Islandia Maria Carvalho de Sousa- Fiocruz –PE
Marilene Cabral do Nascimento – UFF 

Tesser,Sousa,Nascimento-PICnaAPS-2018

 

Coordenação do cuidado e APS nas redes e regiões

Autores: Patty Fidélis de Almeida (UFF), Maria Guadalupe Medina(UFBA) Márcia Fausto(ENSP/Fiocruz), Ligia Giovanella (ENSP/Fiocruz)
Aylene Bousquat (FSP-USP), Maria H. Mendonça (ENSP/Fiocruz)

Almeida, Medina, Fausto, Giovanella et al -Coordenacaodocuidado2018

 

Promoção da Saúde no âmbito da APS: territorialidade,trabalho comunitário e intersetorialidade

Autores: Adriano Maia dos Santos (IMS/UFBA), Nília Maria de Brito Lima Prado (IMS/UFBA) e Nília Maria de Brito Lima Prado (ISC/UFBA)

Santos,Prado, Medina-Territorialidade,intersetorialidade2018 

 

Grupo 3 – Financiamento e gestão da APS – sala 408
Coordenador: Aluísio Gomes da Silva (UFF) – Relator: Allan Claudius Queiroz Barbosa (UFMG)

Textos disponíveis:

Financiamento da Atenção Básica no SUS

Autores: Ana Luisa Barros de Castro (Hosp.Lagoa), Luciana Dias de Lima (ENSP/Fiocruz) e Cristiani Vieira Machado (ENSP/Fiocruz)

Castro,Lima,Machado -Financiamento da APS 2018

 

PNAB: Entre retrocessos e desafios

Autores: Eduardo Mello (ENSP/UFF), Maria H.Mendonça(ENSP/Fiocruz), Gabriella Andrade e Jarbas Ribeiro

Melo,Mendonçaet al-MudançasnaPNAB2018

 

Modelos de gestão

Autores: Márcia Teixeira (ENSP/Fiocruz), Gustavo Matta (ENSP/Fiocruz) e Aluísio Gomes da Silva Jr (UFF)

Teixeira;Matta;Silva Junior-Modelos de Gestão-2018

 

Investigação e inovação nos cuidados primários à saúde

Autores: Severina Alice da Costa Uchoa (UFRN), Paulo de Medeiros Rocha (UFRN),  Claudia Santos Martiniano (UEPB), Ardigleusa Alves Coelho(UEPB) e Monique da Silva Lopes (UFRN) 

Uchoa,Rochaetall-Investigaçãoeinovaçaonoscuidadosprimários218

 

Saúde dos povos dos campos, das águas e  floresta

Pessoa,Almeida,Carneiro-SaúdeRural2018 

Autores:  Vanira Pessoa(Fiocruz CE), Magda de Almeida (SBMFC) e Fernando Carneiro(Fiocruz/CE)

 

A discussão nos grupos será iniciada com breve apresentação de síntese dos documentos temáticos (cinco minutos) seguida de debate e síntese pelos relatores.  Os participantes se inscreverão nos grupos pela manhã conforme interesse e disponibilidade de salas.

 

16h30 – Encerramento – Auditório térreo

                                      21 de março 

Participantes: Comitê gestor da Rede de Pesquisa em APS, coordenadores, autores e relatores de cada tema – Sala 718
9h- 13h – Apresentação síntese dos temas e das discussões dos grupos para elaboração do texto de contribuição ao Abrascão 2018

14h30 -17h – Reunião do Comitê gestor da Rede APS

A defesa do SUS depende do avanço da reforma sanitária

Gastão Wagner de Sousa Campos1 

 Professor titular de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Presidente da Abrasco.

Com o passar dos anos, vem se reforçando minha impressão de que o Sistema Único de Saúde (SUS), aquele previsto na Constituição, é melhor e mais generoso do que o Brasil.

Sem dúvida, trata-se de uma dedução paradoxal, já que o SUS foi idealizado e vem sendo implementado nesse mesmo contraditório, velho e eterno país do futuro e que, aparentemente, nunca se atualiza. Tanto é assim que o SUS concreto – aquele realmente existente – está ainda distante de garantir o direito universal à saúde e a atenção integral conforme as necessidades de saúde individuais e coletivas, mesmo considerando que muito tenha sido realizado e que o impacto do SUS sobre a saúde e esperança de vida do povo brasileiro é positivo.

Entretanto, ao mesmo tempo que se avançou, o SUS que vem sendo construído é cada vez mais assemelhado com as precárias condições de existência dos 70% da população brasileira que o utiliza regularmente. No SUS, como nos bairros periféricos, há descuido com ambiência, com a eficiência da gestão pública e, o mais grave, com as pessoas que usam e trabalham no sistema. O SUS vem se transformando, gradualmente, em mais um espaço dominado pela racionalidade da velha e tradicional promiscuidade da política brasileira. Em síntese, o SUS vem conformando uma ética, uma estética e um padrão de funcionamento em correspondência com o modo de vida da maioria; em muitos aspectos e situações, confirmando um padrão de descaso e de desrespeito à dignidade humana.

No Brasil há uma profunda desigualdade econômica, social e política. Há como que dois mundos coexistindo no mesmo território. Apesar da redução da pobreza ocorrida nos últimos anos, ainda dois terços da população têm renda igual ou menor do que dois salários mínimos. Há também profundas desigualdades em relação ao poder: a composição do Congresso Nacional confirma o desequilíbrio da representação política: maioria formada por empresários, homens e brancos. O machismo ainda é cultura dominante; nas organizações públicas e privadas impera o terror e o arbítrio do gerencialismo. As cidades são sempre duas, dois pedaços com diferenças abismais em relação ao saneamento básico, ao transporte, à habitação, à urbanização, ao lazer e à segurança pública. Basta consultar o Mapa da Violência para nos assaltar a certeza de que há dois Brasis. Os governos têm cuidado mais do crescimento econômico e da manutenção do poder da elite do que de estratégias de desenvolvimento social e humano.

O SUS “a quem é que se destina”? – Caetano Veloso perguntaria. O SUS concreto é, de fato, um sistema de todos e para todos?

A defesa do SUS passa pela luta contra a desigualdade, por alterarmos a política econômica e social vigente, impondo intervenções públicas voltadas para a promoção da igualdade e do bem-estar.

A frase que venho empregando “A esperança somos nós… e os outros” é uma metáfora para expressar a certeza de que a defesa do SUS, da democracia e dos direitos sociais, nesse momento em particular, depende da sociedade civil mais do que do Estado e dos políticos profissionais. Depende da revitalização do movimento sanitário e de sua articulação com amplos setores da sociedade – movimentos de luta por direitos, como o das mulheres, dos idosos, das populações indígenas e negra, dos portadores de patologias, das várias crenças religiosas que participam também da vida social, dos sindicatos, enfim, temos que verbalizar um projeto inclusivo de sociedade e, especificamente, de direito à saúde.

Em grande medida, o SUS é a expressão concreta de uma história de luta pelo direito à saúde. É necessário falar sobre o SUS, comentar sobre essa utopia e sonhar com a possibilidade concreta de que isto seja possível, algo que depende da defesa do que foi construído, mas também de mudanças que superem inúmeros impasses que separam o SUS da lei daquele SUS real vivenciado no dia a dia.

Comentarei algumas estratégias que poderão recompor nossa capacidade de resistir ao desvario elitista dos atuais dirigentes do país.

1- Promover ações simbólicas e práticas para reforçar o SUS como sendo um sistema de todos e para todos. A fuga do terço mais rico da população para os planos privados é mais um sintoma da construção de um país para os ricos e poderosos e de outro para o povo.

Com esse objetivo, iniciar uma campanha nacional para aprovação de lei proibindo a utilização de recursos públicos para pagar planos privados de saúde para servidores públicos e trabalhadores de estatais: parlamentares, do poder judiciário, administração direta, estatais, etc.

Organizar movimento para aprovação de lei que termine com a isenção de imposto de renda para contribuintes que utilizaram serviços privados de saúde.

E, ainda, alterar cultura e política dos sindicatos de trabalhadores para que realizem ações em defesa do SUS, particularmente em regiões onde vivem seus associados e que, ao mesmo tempo, lutem pela incorporação dos recursos gastos pelas empresas com planos coletivos aos salários e rendimentos dos trabalhadores.

2- A obtenção de um financiamento adequado para o SUS dependerá da mudança da matriz econômica vigente e da adoção de ações voltadas para o crescimento econômico, ou seja, um novo desenvolvimentismo, com utilização do orçamento público não para desoneração fiscal – bolsa empresário –, mas para investimento em políticas sociais e de infraestrutura: saneamento básico, reforma urbana, transporte público, habitação, saúde, educação, segurança pública e promoção social.

O obstáculo principal a ser enfrentado no momento é a revogação da Emenda Constitucional 95 (teto de gastos), já que, a curto prazo, promoverá brutal redução de investimentos e de gastos com custeios das políticas sociais e de infraestrutura. Na saúde, trata-se da ocorrência de milhares de mortes evitáveis por políticas e programas sanitários e sociais reduzidos ainda mais.

Defendo, ainda, que todo pedido de ampliação de financiamento na saúde deve ser acompanhado por um projeto que defina sua aplicação, tais como recursos para dobrar cobertura da Atenção Primária, elaboração de mapa com dificuldades de acesso à média e alta complexidade por região de saúde, construção de Política de Pessoal para o SUS, ampliação da política de controle das arboviroses mediante ações sobre determinação social da epidemia: degradação urbana, entre outras prioridades.

3 – Reforma do Estado e da gestão do SUS, objetivando reduzir drasticamente a fragmentação do sistema e a dependência do SUS da política partidária e do poder executivo.

Apesar do termo “único” na denominação de nosso sistema, não há como desconhecer as dificuldades de constituição e de gestão das redes sanitárias, de realização de planejamento e avaliação integradas e do uso racional de recursos. O caminho factível para ampliar a integração entre entes federados, entre atenção primária, média e alta complexidade, urgência e vigilância, é o fortalecimento das regiões de saúde.

Acredito que as regiões de saúde deveriam ampliar o escopo de suas responsabilidades e de sua atuação, assumindo o caráter de instância de gestão operacional de parte da rede, no caso, da média e alta complexidade, da regulação, de parte da urgência – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – e de parte da vigilância. Para isso, as regiões de saúde deveriam contar com Fundo Regional de Saúde, ou seja, com orçamento próprio, conforme o volume de suas responsabilidades e com contribuições da União e dos estados. O comando da região será, conforme previsto em lei, das Comissões Intergestoras Regionais (CIR), que deveriam indicar, inclusive, um secretário regional de saúde mediante critérios técnicos e de experiência no SUS. Os municípios, além de participarem da gestão das regiões, deverão realizar a gestão de serviços e programas sob sua responsabilidade.

Para se lograr uma autonomia sanitária relativa para o SUS, poderíamos lutar pela aprovação de uma lei que determinasse que as funções de gestão de programas e de serviços do SUS não sejam mais cargos de confiança ou de livre provimento, mas ocupados mediante processos seletivos internos aos profissionais do SUS.

4 – Política de pessoal única para o SUS

Constata-se que há uma multiplicidade de políticas e de modalidades de gestão de pessoal no SUS. A União, cada município, estado, organização social, fundação de saúde e prestador filantrópico ou privado contratado têm regras próprias, bem como mecanismos diferentes de contratação e de pagamento aos trabalhadores de saúde. Tendo em vista restrições orçamentárias, dificuldades jurídicas e gerenciais para a gestão do trabalho no Brasil, reproduziu-se, na administração pública sanitária, a cultura de improvisação e de precarização das relações de trabalho.

A existência de um novo tipo de profissional de saúde depende da constituição de uma política de pessoal única para o SUS que contemple diversidades das várias profissões e especialidades e também a diversidade sanitária e de contexto das várias regiões brasileiras.

Imagino que devêssemos romper com a tradição de organizar carreiras com base nas categorias profissionais.

Imagino um novo tipo de política organizada segundo a lógica das principais áreas dos sistemas de saúde. Identifico no SUS cinco áreas: atenção básica; atenção de média e alta complexidade (rede secundária e terciária – ambulatórios, centros de referência, serviços de atenção domiciliar e hospitais); rede de urgência e emergência; vigilância à saúde; e apoio à gestão do SUS (setor administrativo, manutenção e financeiro).

A gestão dessa nova política seria necessariamente compartilhada entre União, estados e municípios, ficaria a cargo da Comissão Tripartite do SUS, mediante a criação de um órgão público (autarquia ou fundação pública) e de um fundo orçamentário para política de pessoal.

5 – O SUS precisa ser reconhecido como um espaço público. A experiência dos sistemas universais e públicos de saúde indicam a incompatibilidade entre essa alternativa e o funcionamento do mercado. Caso avance a redefinição do papel e a organização das regiões de saúde e caso se efetive a política de pessoal única para o SUS, não haverá mais necessidade da terceirização da gestão do SUS para a modalidade de organizações sociais. Elas poderão ser totalmente substituídas pela rede pública recém-especificada, viabilizando dessa maneira condições propícias para o funcionamento do SUS segundo nossos princípios e diretrizes legais.

 

Pesquisadores nacionais e internacionais contribuem para a Agenda 30 anos de SUS, que SUS para 2030?

A representação da Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil (OPAS Brasil) reuniu pesquisadores nacionais e internacionais que estão analisando os avanços do SUS nestes 30 anos e que apontarão os desafios e os possíveis caminhos para a sustentabilidade do sistema de saúde em 2030, data em que os países estipularam alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os pesquisadores foram convidados pela OPAS Brasil para elaborarem um documento para ser publicado este ano, como parte das atividades da Agenda 30 anos de SUS, que SUS para 2030?, promovida pela instituição. A reunião ocorreu no fim de janeiro, em Brasília, e foi organizada pela Unidade Técnica de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS.

“Este estudo tem um valor muito interessante para literatura internacional, especialmente, para os investigadores na área de saúde pública global, porque o SUS é um sistema que promove a cobertura universal. Além disso é um modelo muito interessante que pode ser seguido por outros países. O SUS tem várias políticas que visam ampliar os serviços e o acesso, principalmente, para a população mais vulnerável, como o Programa Mais Médicos”, explica uma das coordenadoras da pesquisa, a assessora na área de investigação de Sistemas e Serviços de Saúde na OPAS em Washington, Gisele Almeida.

“O documento que estamos elaborando vai proporcionar o panorama da implementação do SUS nestes 30 anos, nos possibilitar ter uma avaliação de todos os avanços que tivemos até este momento em termos da expansão da cobertura, da mudança do modelo assistencial e também da redução de desigualdades com a ampliação do SUS, mas também de muitos desafios que estamos por enfrentar, especialmente, em um momento que o SUS está sobre gravíssima ameaça com a Emenda Constitucional n. 95, que congela os gastos públicos com saúde por 20 anos”, explica pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Ligia Giovanella.

 

“A Organização Mundial de Saúde e OPAS lutam para que os países adotem políticas de cobertura universal em saúde. O SUS, há 30 anos, se antecipou a esse mandatório que a OMS faz aos países. Nós temos hoje cerca de 65% da população coberta só pela Estratégia Saúde da Família (ESF) que iniciou nos lugares mais pobres e hoje alcança as áreas urbanas, isso em contexto de dificuldades financeiras, de problemas sociais, então tivemos grandes avanços no Brasil graças ao sistema de saúde”, defende o pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, Luiz Facchini.

Para o professor de Sistemas Globais de Saúde, na Universidade de Harvard, Rifat Atun, “o SUS é uma realidade no Brasil e tem contribuído para atingir excelentes resultados, relacionados à redução de mortalidade materna, mortalidade infantil e doenças infecciosas. Este Sistema tem garantido acesso à saúde para milhões de pessoas, especialmente as mais pobres e vulneráveis do país. Tem oferecido atendimento em regiões e estados onde há muita carência de serviços de saúde. Em 30 anos de existência do SUS, há muito a celebrar. Mas é preciso continuar construindo esse acesso universal, e garantir a sustentabilidade do SUS no futuro.”

Saúde como alavanca para o desenvolvimento do país

Para colaborar com as discussões sobre o futuro do SUS, o pesquisador da Fiocruz Carlos Gadelha apresentou o panorama da ciência, tecnologia e inovação em saúde no planeta e no Brasil. “O desenvolvimento econômico está ligado ao potencial de inovação de um país, que deve atender as necessidades humanas”, afirmou Gadelha. Ele mostrou o cenário geopolítico do conhecimento, onde Estados Unidos e China lideram o domínio de patentes no cenário mundial. “Hoje, 61% das patentes da área da saúde estão nas mãos de 15 empresas globais”, apontou.

Gadelha defende que a sustentabilidade do SUS passa pela vinculação da inovação, ciência e tecnologia aos programas de promoção, prevenção e assistência do sistema de saúde. “Uma atenção primária resolutiva trabalha com um padrão mínimo de tecnologia que agrega valor à atenção, como por exemplo, a incorporação de um reagente para diagnóstico na Atenção Básica, que distingue o vírus da zika, da dengue e da chicungunha”, explica.

Carlos Gadelha defende pensar o SUS a partir de uma perspectiva de padrão nacional de desenvolvimento, tirar a saúde pública e a própria discussão do sistema de bem-estar do isolamento. O sistema de bem-estar, o acesso universal, faz parte da ideia de desenvolvimento e pode ser a alavanca importante de geração de tecnologia, renda, emprego e inovação. Os sistemas universais podem se constituir em alavancas para o desenvolvimento brasileiro e globais”, apontou.

Também participaram da reunião os pesquisadores Marcia Castro e Adriano Massuda (Universidade de Harvard), Thomas Hone (Imperial College London), James Macinko (Universidade da Califórnia – UCLA), Davide Rasella (Fiocruz), que apresentou os efeitos da Emenda Constitucional n. 95 na saúde da população, e demais consultores da OPAS.

 

Nota publicada no site do Portal da Inovação na Gestão do SUS – http://apsredes.org/pesquisadores-nacionais-e-internacionais-contribuem-para-agenda-30-anos-de-sus-que-sus-para-2030/

Seminário: De Alma Ata à Estratégia Saúde da Família: 30 anos de APS no Brasil – a avanços, desafios e ameaças

 

Seminário: De Alma Ata à Estratégia Saúde da Família: 30 anos de APS no SUS – avanços, desafios e ameaças

Seminário preparatório Abrascão 2018

Objetivo do seminário: Debater uma agenda política estratégica para a atenção primária à saúde no SUS

20 de março – terça-feira

Manhã

9:00 – Mesa redonda – Uma agenda estratégica para a atenção primária à saúde no SUS

-Ameaças ao SUS no momento atual – Ronald Ferreira dos Santos – presidente do Conselho Nacional de Saúde

-Impactos positivos da APS na saúde da população – Rosana Aquino (ISC/UFBA)

-Impactos deletérios das políticas de austeridade na saúde da população – Davide Rasella (ISC/UFBA)

-APS no SUS: contexto e desafios – Luiz Augusto Facchini (UFPEL e Rede de Pesquisa em APS);

Coordenação: Ligia Giovanella

11:00-12:00 – debate e respostas das perguntas online

Transmissão on line(iremos disponibilizar o link) poderão ser enviadas perguntas pelos internautas

Local: Auditório térreo Ensp/Fiocruz

Tarde

13:30-16:30 – Grupos temáticos

Grupo 1 – Força de trabalho e práticas profissionais na APS – sala 406

Coordenadora: Ana Luiza Villas Bôas (ISC/UFBA) – Relatora: Elaine Thumé (UFPEL)

 

Grupo 2 – Modelo de atenção e impactos na organização dos serviços – sala 718

Coordenadora: Claunara Mendonça (UFRS– Relatora: Elaine Tomasi

 

Grupo 3 – Financiamento e gestão da APS – sala 408

Coordenador: Aluísio G. da Silva (UFF) – Relator: Allan Claudius Queiroz Barbosa (UFMG)

A discussão nos grupos será iniciada com breve apresentação de síntese dos documentos temáticos (cinco minutos) seguida de debate e síntese pelos relatores. Cada grupo deverá escolher mais um relator

Os participantes se inscreverão nos grupos pela manhã conforme interesse e disponibilidade de salas

16:30h – Encerramento – auditório térreo

Organização: Rede de Pesquisa em APS da Abrasco

 

21 de março – quarta-feira

Participantes: Comitê gestor da Rede de pesquisa em APS, coordenadores, autores e relatores de cada tema

9:00- 13:00 – Apresentação síntese dos temas e das discussões dos grupos para elaboração do texto que comporá o Caderno Abrasco:  Caderno sobre o SUS, direitos e democracia.

14:30 -17:00 – Reunião comitê gestor Rede de Pesquisa APS -Sala 718

 

 PREPARAÇÃO DO SEMINÁRIO

Os seminários pré-congresso Abrascão 2018 têm por objetivo formular uma agenda política estratégica para o SUS. O seminário que a rede de Pesquisa em APS da Abrasco está organizando tem por objetivo contribuir para a formulação desta agenda no que concerne à APS no SUS.  Como seu produto final será elaborado um documento síntese que comporá o “Caderno sobre o SUS, direitos e democracia” organizado pela Abrasco que será debatido no Abrascão.

Foram elaborados textos com um diagnóstico da situação atual, avanços e principais desafios e propostas e estratégias para superação dos problemas e dificuldades.

Dinâmica: acesso prévio dos participantes aos documentos que serão disponibilizados no site da Rede APS (http://rededepesquisaaps.org.br/ ); mesa redonda, debates temáticos em grupos de discussão e síntese final da agenda política APS no SUS.

Dia 20 de março – aberto ao público com transmissão on line pela manhã; tarde Grupos de discussão: com breve apresentação de síntese dos documentos pelos autores (cinco minutos) seguida de debate e síntese por relatores.

Dia 21 – síntese do documento a ser realizada pelos integrantes do comitê gestor da Rede de Pesquisa em APS, apresentadores e relatores dos grupos.

Comissão Organizadora: Luiz A. Facchini, Ligia Giovanella, Charles Tesser;  Márcia Guimarães, Claunara Mendonça, Rosana Aquino, Marcia Fausto, Helena Seidl e Inaiara Bragante

 

 

 

 

Después de 3 años en sem FYC: Grupo de Trabajo Salud Basada en las Emociones ¿Quiénes somos? ¿Qué hacemos? ¿Cuál es nuestra intención?

Después de 3 anos en sem FYC: Grupo de Trabajo Salud Basada en las Emociones ¿Quiénes somos? ¿Qué hacemos? ¿Cuál es nuestra intención?

Basta con que echemos un poco la vista atrás y analicemos a las personas que hemos conocido a lo largo de nuestra vida ¿A quiénes ha ido mejor? ¿Qué les habrá ayudado a tener más éxito? Desde luego que la formación y la práctica en las habilidades que cada uno desempene˜ son imprescindibles, pero. . . ¿Eso es todo? ¿Habrá importado también su manera de gestionar las propias vivencias? ¿Habrán influido cuestiones como el conocimiento de uno mismo o el desarrollo de unas habilidades sociales saludables? Seguramente el lector asentirá en este momento y como nosotros pensará que sí: importan y mucho. Esta es quizá la razón por la que están tomando cada vez más auge contenidos que pertenecen a disciplinas como la inteligencia emocional o el coaching en los programas formativos de muchas actividades profesionales. Seguramente pronto lo hará también en las ciencias de la salud1 .

Autores: 

Javier Bris Pertínez  a,d,∗ , Marisa Valiente b,d y Alfonso García Viejoc,d a Centro de Salud Villa de Vallecas, Madrid, Espana˜ b Servicio de Urgencias, Hospital Sierrallana, Torrelavega, Cantabria, Espana˜ c Centro de Salud La Calzada, Gijón, Asturias, Espana˜ d Grupo de Trabajo Salud Basada en las Emociones semFYC ∗ Autor para correspondencia. Correo electrónico: javierbris@gmail.com (J. Bris Pertínez)

 

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