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Mais Médicos: Conheça três profissionais que acolhem a população mais carente de assistência em saúde

A capacitação técnica não é a única qualidade dos profissionais do Mais Médicos. Para atender a população que vive em áreas carentes e de difícil acesso, é preciso ser acima de tudo comprometido com aqueles que mais precisam de assistência em saúde. São médicos de várias nacionalidades que estão fazendo a diferença de Norte a Sul , mostrando nesses três anos do programa o sucesso da estratégia. Hoje você vai conhecer um pouco desses homens e mulheres que representam o acolhimento realizado na área de saúde.
Ampliação de serviços para a população

O trabalho do cubano Hugo Marcos Avila Ricardo, que atua em Riachinho (MG), já chegou aos ouvidos das pessoas dos municípios vizinhos. Na cidade, a busca pelo médico é muito grande. Para se ter uma ideia , se uma gestante que faz o acompanhamento com o Hugo não vai a consulta, ele vai até ela, sempre bem humorado e com sorriso largo, chamando a atenção da paciente para o auto cuidado. Ele é clínico geral, mas com especialização em Saúde da Família, como os outros profissionais que fazem parte do Programa. Já trabalhou no Equador, numa missão especial, também na área de saúde. No Mais Médicos está atuando desde abril de 2014.

“Acredito que o resultado faz parte da minha paciência, minha calma. São 20 anos que tenho de experiência com a medicina. Gosto de dedicar tempo a escutar o paciente, gosto de acompanhar e que o paciente retorne para dizer se o tratamento foi efetivo”, explica o cubano.

Hugo não gosta de levar crédito pelas conquistas do município e reforça que todo trabalho realizado só foi possível graças ao empenho de todos os profissionais envolvidos. “ Tudo aqui é decidido em equipe. São 4 médicos: três brasileiros e eu. Tudo é resolvido em coletivo”, afirma.

Até a chegada do profissional, ainda não tinha na unidade a oferta de procedimentos para a introdução do DIU ou de pequenas cirurgias, como a retirada de verrugas. Serviços que foram somados a unidade para melhorar o atendimento. “ Eu comecei as consultas e logo a secretaria de saúde equipou o local e começamos. São pequenas coisas que contribuíram para o município a chegada dos Médicos dos Mais Médicos”, explica o médico .

Cuidado que ultrapassa barreiras

Quando chegou, em julho de 2014, para atuar na zona norte do Rio de Janeiro, a médica salvadorenha, Núria Lopez, encontrou uma experiência totalmente nova para ela. “Havia uma grande demanda por assistência médica naquela região. No início focamos nosso trabalho na reorganização da marcação de consultas, na reavaliação de tratamentos que estavam em andamento e na retomada das visitas domiciliares”.

Com os desafios iniciais superados, os moradores logo perceberam a melhora no atendimento. Pacientes de regiões no entorno passaram a procurar a clínica da família na Penha.

“Percebemos um aumento significativo nos atendimentos diários”. Núria lembra de uma paciente que chegou ao consultório com fortes dores abdominais e muito pálida. “Durante o exame a paciente apresentou indícios de uma grave anemia. Mesmo assim, solicitei alguns exames para ter certeza”. Núria teve seu trabalho questionado pela paciente, que duvidava do diagnóstico de anemia. O resultado provou que a médica estava certa. “Pouco a pouco fomos conquistando a confiança e amizade dos moradores, à medida que foram nos conhecendo”.

A médica salvadorenha descreve orgulhosa a relação com os pacientes. “Escuto muito as pessoas comentarem que falo engraçado, mas que conseguem me entender. O importante é ter certeza que o paciente compreendeu todas as recomendações durante a consulta”.Núria já teve o diploma revalidado e faz planos de se especializar em Medicina da Família e Comunidade na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Oferecer atendimento a sua comunidade

O Brasil também representa muito bem o sucesso do Mais Médicos . A brasileira Aline Godinho Ferreira atua em Itaperuna (RJ), local onde se formou. Antes de entrar para o Programa, fez parte do Provab, outro programa do Governo Federal que previa a atuação de profissionais de saúde em diversos postos de atuação pelo país, supervisionados por uma instituição de ensino.“ Como eu já tinha tido uma boa experiência anterior não pensei duas vezes em me escrever no Mais Médicos quando terminei a residência. Eu tinha certeza que seria interessante ainda mais justamente neste lugar”, relembra.

O amor pela profissão faz Aline se lembrar com carinho de um caso específico do primeiro dia de trabalho. “Pediram para que eu visitasse uma senhorinha perto da cidade. Quando eu e o enfermeiro chegamos na casa ela estava acamada, numa situação muito complicada e a gente prestou todo atendimento. Recentemente ela foi na minha unidade e eu quase não a reconheci essa senhora direito. Ela já saiu da cama, está muito mais saudável, bem. Então eu acho que eu cheguei no momento certo para ajudar aquela senhora”, conta orgulhosa.

Para a médica está sendo muito válida toda a experiência no programa, mesmo com apenas 2 meses atuando na cidade. Ela acredita que o Programa só tem a crescer e acrescentar na vida das pessoas que estão ali em Itaperuna e na vida de outros brasileiros. Estar próxima aquela realidade, ir a casa das pessoas e poder contribuir na região faz com que o médico consiga exercer até o trabalho melhor, segundo a brasileira. “A gente consegue tanto resolver melhor as coisas quanto ter uma noção melhor daquilo que aquele paciente passa no dia a dia dele. Já conheço a realidade e fico bastante tempo lá. Isso permite que eu conheça também as dificuldades. Esse conhecimento do lugar faz a gente adaptar o nosso atendimento e acabar sendo mais objetivo”, finaliza.

Adriano Schimit e Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

Rede APS

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