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Arquivo Mensal março 2016

A Cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2013.

O objetivo deste artigo é apresentar a cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) estimada pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), comparando com dados administrativos e coberturas anteriores da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD), além de descrever frequências de visitas domiciliares das equipes. Foram comparados dados de inquéritos populacionais em 2008 (PNAD), em 2013 (PNS) e dados administrativos do Departamento de Atenção Básica, sobre a proporção de pessoas moradoras em domicílios cadastrados em unidade de saúde da família, para Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, além de indicadores com visitas domiciliares por escolaridade. Observou-se aumento na cobertura da população pelo Saúde da Família no Brasil, passando de 50,9%, segundo a PNAD 2008, para 53,4% em 2013, segundo a PNS. O crescimento ocorreu no Brasil, Grandes Regiões, urbano e rural. Os dados da PNS em 2013 foram semelhantes aos administrativos do DAB em 2013, cerca de 56% de domicílios cadastrados. Populações com menor escolaridade receberam mais visitas domicíliares mensalmente. A ESF é um importante promotor de equidade em saúde e o aumento de sua cobertura e abrangência é exitoso no país.

Autores:

Deborah Carvalho Malta 1
Maria Aline Siqueira Santos 2
Sheila Rizzato Stopa 3
José Eudes Barroso Vieira 4
Eduardo Alves Melo 5
Ademar Arthur Chioro dos Reis 6

Leia artigo – artigo14_03_2016

Artigo publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva – http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/index_interno.php

Pesquisadora integrante do comitê da Rede APS responde ao jornal O Globo

No dia 29 de fevereiro, segunda-feira, o jornal O Globo publicou em sua primeira página uma reportagem do jornalista  Eduardo Barretto,  ‘Rio tem a maior taxa de mortalidade no SUS em três décadas’.

Ligia Giovanella integrante do comitê coordenador da Rede APS e professora/ pesquisadora da  Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (DAPS/ENSP/Fiocruz) enviou uma carta resposta ao jornalista que transcrevemos abaixo:

Hoje no café da manhã ao ver as manchetes de capa e ler a reportagem da página 4 do jornal o Globo que você redigiu, fiquei muito surpresa com a incompreensão de dados estatísticos simples como a taxa de mortalidade por grandes grupos de causas. Escrevo para que você entender melhor os dados que tentou difundir e emplacou como manchete de capa, e possa melhorar em próximas análises. Eu não sou especialista neste tema, não sou epidemiologista, mas este é um conhecimento básico de saúde pública.

1.Em primeiro lugar: é impossível afirmar que 12,76 / 100 mil hab de mortes por causa mal definidas correspondem à maioria dos óbitos como vc afirma três vezes – inclusive no título da matéria na página 4. Somente podemos escrever maioria quando nos referimos a uma proporção maior de 50%. Neste caso vc poderia ter dito a maior taxa com 12,76 mortes por cem mil hab (caso fosse correta). Estranhei imediatamente ao ler a manchete pois sei que as mortes por causas mal definidas tem diminuído no país. Desculpe o tom professoral mas sou mesmo professora e estou acostumada a corrigir dissertações de mestrado e doutorado. Veja por exemplo, os dados de mortes para 2013 no estado do RJ: em 2013 morreram 130.032 pessoas no ERJ, destas mortes 7.088 foram pelo Capítulo XVIII Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte; o que corresponde a 5,5% das mortes. A principal causa são mortes por doenças do aparelho circulatório, Cap IX, com 38.172, o que corresponde a 29,4% dos óbitos em 2013 no ERJ. Assim é errado afirmar que a maioria dos óbitos não teve diagnóstico (como aparece no título/manchete p 4): somente 5,5% não teve diagnóstico claro…. bem longe de ser maioria!
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def

Veja outro exemplo: em 2011 a taxa de mortalidade específica no ERJ para doenças do aparelho circulatório foi de 229 mortes por cem mil habitantes: 17 vezes maior do que a taxa que vc refere para causas mal definidas!
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?idb2012/c08.def

2. Em segundo lugar, e mais grave, é o desconhecimento de que não se tratam de “mortes no SUS” (afirmado em duas manchetes, ou pior ainda “pelo SUS” como afirmado mais adiante). As estatísticas se referem a todas as mortes do país/estado – a fonte são todos os atestados de óbitos do país/estado colhidos nos cartórios – não são mortes nas emergências dos hospitais do SUS como vc dá a entender no terceiro parágrafo da primeira coluna da p. 4.

3. Está correto dizer mortes registradas no país ou no estado pelo Datasus ou pelo SUS, uma vez que se trata de um órgão do Ministério da Saúde – o que está incorreto é afirmar que são mortes no SUS ou pelo SUS – induzindo o/a leitor/a a concluir que o SUS mata! Que os serviços do SUS do ERJ são os piores do país etc, etc…

4. Vc acredita mesmo que a população do Maranhão tem melhor condição de saúde do que a do Rio de Janeiro? Ou melhores serviços de saúde do que o RJ? Certamente vc sabe que é um dos estados mais pobres do país. Não ficaste intrigado? Neste caso de comparação entre estados deveria utilizar a taxa padronizada (como aparece nos indicadores e dados básicos IDB até 2012) ou se poderia talvez utilizar taxas por faixa etária o que permitiria uma comparação.

5. Quem calculou a taxa de mortalidade? Ela foi padronizada? qual a população? Em geral não se comparam taxas brutas de mortalidade pois a estrutura etária influencia sobremaneira os resultados. Uma população mais velha apresenta evidentemente taxas mais elevadas de mortalidade.

6. Veja que as observações da professora entrevistada assim como dos órgãos públicos se referem à evolução da mortalidade e suas causas em geral, e, não a mortes do SUS, pois este tipo de indicador não existe. O que se calcula são taxas de mortalidade hospitalar, por exemplo.

A informação jornalística clara e transparente é um elemento crucial para a democracia. Todos nós estamos preocupados em melhorar a qualidade de serviços no SUS para que se torne efetivamente um serviço nacional de saúde público, universal de qualidade garantindo o direito cidadão de acesso aos serviços de saúde de qualidade. Boas reportagens podem contribuir para isto.

Se vc quiser pode me enviar o texto de onde vc coletou os dados e me ligar para a gente compreender melhor o que aconteceu. Também posso sugerir especialistas p vc entrevistar.

Cordialmente
Ligia Giovanella
pesquisadora titular
Nupes/Daps/Ensp/Fiocruz
Escola Nacional de Saúde Pública / Fundação Oswaldo Cruz

Ministério libera R$ 5,1 milhões para unidades básicas de saúde

O Ministério da Saúde acaba de liberar R$ 5,1 milhões para construção, ampliação ou reforma de quinze Unidades Básicas de Saúde (UBS) em oito estados brasileiros. A portaria nº 199, publicada no Diário Oficial da União, habilita as propostas a receberem recursos referentes ao Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde (Requalifica UBS), uma das estratégias do governo federal para a estruturação e o fortalecimento da atenção básica, principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio do programa, a pasta propõe uma estrutura física acolhedora e dentro dos melhores padrões de qualidade para as UBS.

Ao todo, são oito propostas para construção de unidades, ao custo de R$ 4,08 milhões, nos estados de Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Existem ainda cinco propostas de ampliação de UBS, ao custo de R$ 670,5 mil, em Minas e no Maranhão, e duas propostas de reforma de unidades localizadas em Alagoas e no Rio de Janeiro, com investimento previsto de R$ 403,5 mil. Os recursos serão repassados aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde por meio do Bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde e do Bloco de Atenção Básica em Saúde de cada região contemplada.

REQUALIFICA UBS – A ação faz parte do Programa Requalifica UBS, do Ministério da Saúde, que tem por objetivo melhorar as unidades de saúde já existentes e possibilitar a construção de novas unidades para ampliar o atendimento à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde já destinou R$ 5,6 bilhões para construção e ampliação de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) em mais de 5 mil municípios brasileiros.

Criada em 2011, a iniciativa permite que sejam firmadas parcerias com os municípios para que os gestores locais possam estruturar seus postos de saúde e oferecer melhor atendimento à população. O Ministério da Saúde tem como prioridade o fortalecimento da atenção básica, principal porta de entrada dos cidadãos no Sistema Único de Saúde (SUS), com capacidade para solucionar até 80% dos problemas de saúde da população.

Nota publicada site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/