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Arquivo Mensal novembro 2015

Eficacia de Intervenções Psicossociais baseadas em Mindfulness (Atenção Plena) na Atenção Primaria a Saúde (APS): meta-analise”

Esse artigo traz uma meta-analise sobre estudos controlados e randomizados que testaram o impacto das intervenções psicossociais baseadas em mindfulness (IBMs) em pacientes seguidos na APS.  As pesquisas sobre as IBMs tem crescido exponencialmente nas ultimas décadas, e as IBMs tem se mostrado efetivas e custo-efetivas como tratamento complementar ou opção terapêutica principalmente em pessoas portadoras de  condições clinicas associadas a sintomas de ansiedade, depressão e dor cronica.   No caso de pacientes da APS, essa meta-analise demonstrou que os estudos com boa qualidade metodológica ainda são escassos na APS, mas que os dados existentes são promissores também para o contexto assistencial da APS, principalmente na promoção da saúde mental e qualidade de vida. Ainda, o artigo traz reflexões sobre a implementação dessas intervenções na APS, discutindo conceitos como “intervenções complexas” e o modelo “stepped-care”.
Artigo completo –artigo30_11-2015
Mais informações sobre mindfulness podem ser acessadas em: www.mindfulnessbrasil.com

Seminário da Rede APS consolida produção científica sobre o Programa Mais Médicos

Após dois dias de troca de informações, o Seminário de Pesquisas Sobre o Programa Mais Médicos alcançou seus objetivos: apresentou um retrato mais nítido dos avanços da Estratégia Saúde da Família (ESF) mobilizados pelo PMM nos últimos três anos e oficializou as novas frentes da Rede de Pesquisa em Atenção Primária em Saúde – Rede APS – nessa parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS/OMS) e o Ministério da Saúde (MS). Edição temática da revista Ciência & Saúde Coletiva e plataforma específica dentro da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) são algumas das novidades para 2016.

O encontro aconteceu na sede da OPAS, em Brasília, e reuniu cerca sessenta pesquisadores de todas as regiões brasileiras, entre líderes de grupos nacionais de pesquisa a doutorandos interessados e envolvidos com a temática. A cerimônia de abertura aconteceu na manhã de 18 de novembro e contou com a presença de representantes dos Ministérios da Saúde e da Educação, da Abrasco e da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

“Se muito vale o feito, mais vale o que será”: Com os versos de Fernando Brant, Heider Pinto, secretário de gestão do trabalho e da educação na saúde (SGTES/MS), traçou uma retrospectiva dos esforços feitos pelo MS em dialogar com a academia para compor o que chamou de “comunidade interpretativa”, citando Boaventura Souza Santos para definir o conjunto de conclusões, resultados e até mesmo dos quadros intermediários produzidos por diversos grupos de pesquisa para a qualificação da gestão. “Fomos exitosos”.

Na sequência, destacou a formação dentre os desafios apresentados para a próxima fase. Segundo o secretário, quase a totalidade das propostas em discussão no Congresso Nacional que pretendem alterar o arcabouço legal do PMM (Lei nº 12.871/2013) referem-se a este aspecto. “Querem que não seja obrigatório passar por uma residência em Medicina da Família e Comunidade e que a especialidade chegue a, no máximo, um terço da oferta das residências, o que demonstra claramente ser uma questão ético-política”, concluiu Heider, convidando a todos a manter o compromisso e a cooperação nos planos da pesquisa e da troca científica.

Ex-presidente da Abrasco e coordenador da Rede APS, Luiz Augusto Fachinni destacou o trabalho em rede como força de agenciamentos para ciclos virtuosos. Ele rememorou o passado, ao caracterizar o surgimento do movimento pela Reforma Sanitária como uma rede articulada e mobilizada que lançou as bases para a formatação do atual sistema de saúde brasileiro, e o ligou ao presente, considerando os atuais esforços empreendidos tanto pela gestão como pelas sociedades científicas e outros parceiros para a produção de conhecimentos que consolidem a APS como eixo estruturante do SUS.

“Mostramos capacidade de interlocução com independência, pois nenhuma universidade deixou seus projetos para fazer papel de governo, e principalmente com solidariedade ao conjunto da população que deve ser a beneficiária de todos os nossos esforços”, disse Facchini, saudando a aprovação pela Capes do Mestrado Profissional em Saúde da Família em Rede Nacional (ProfSaúde). “Em pouco tempo, teremos um número suficiente de professores para formar os futuros profissionais de saúde para a preceptoria nas residências, fortalecendo a lógica do sistema-escola, articulado fortemente com as universidades”.

Renato Tasca, coordenador da unidade técnica do PMM; encerrou a mesa de abertura e reforçando as duas tarefas centrais da articulação: criar conhecimentos originais e rigorosos sobre as diferentes dimensões do PMM e, com elas, montar um set de informações permitindo que o governo as conecte com a gestão, tornando programa mais sustentável. “Estamos falando da perspectiva de um programa ambicioso, de longo prazo e grande transcendência. O Mais Médicos não pode ter um único interlocutor em sua avaliação. Essa tarefa deve ser feita pela sociedade brasileira, e que nasce das investigações e das pesquisas independentes e autônomas, municiando os atores destacados”.

Compuseram ainda a mesa de abertura os professores Cipriano Maia, vice-presidente da Abrasco e Thiago Trindade, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e da Comunidade (SBMFC); Erika Almeida, da Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde (DDES/SeSU/MEC) e Patrícia Bezerra, da Diretoria em Atenção Básica (DAB/MS).

Evidências consolidadas em publicações: No dia seguinte (19), a programação do Seminário abriu um espaço especial para o anúncio da chamada pública de um número temático dedicado às pesquisas sobre o Programa Mais Médicos na revista Ciência & Saúde Coletiva. A data limite para submissão dos textos é 15 de março de 2016.

Os artigos devem estar diretamente vinculados a pesquisas com base no PMM, abordando aspectos como organização dos sistemas locais de saúde; redução de desigualdades e iniquidades em saúde; experiências e satisfação de usuários do SUS e dos médicos do programa; experiências institucionais na formação profissional de médicos em todas as dimensões; fontes de informação, monitoramento e avaliação. Os editores convidados são os professores Aluísio Gomes da Silva Júnior (UFF), Sandro Rodrigues Batista (UFG) e Luiz Augusto Facchini (UFPel). A publicação está prevista para o mês de outubro.

“Desde que criamos o comitê coordenador da Rede houve o empenho de todos de dar materialidade e divulgação às nossas produções. O PMM deu essa oportunidade de criar um vetor de força nesse sentido. Do ponto de vista simbólico, queremos com esse número criar um marco para gerar outras discussões e publicações”, explicou Aluísio Gomes.

Outra novidade editorial já em andamento é a criação de uma plataforma específica dentro da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), de responsabilidade da BIREME/OPAS/OMS, que em sua reunião de coordenação, realizada já após o encerramento do seminário, avançou na definição da taxonomia para os motores de busca do repositório digital, além de apresentar a prestação de contas e decidir demais assuntos administrativos e organizativos.

O encerramento contou novamente com as representações das entidades e órgãos públicos presentes. Representando a Abrasco, Cipriano Maia comprometeu-se a levar o conjunto das discussões à diretoria da Associação e parabenizou todos por fazer que o debate da qualificação da APS para que se constitua de fato como estratégia de organização do SUS. “Saio impressionado pelo conhecimento produzido e pelos desafios colocados. Entendo que a Abrasco somos todos nós que aqui estamos e que temos esse compromisso de ampliar conexões entre as comunidades de pesquisadores e entre os gestores”. A Abrasco esteve ainda representada pelo também vice-presidente Elias Rassi Neto e pelo secretário-executivo Carlos Silva.

Por Bruno Dias – Jornalista ABRASCO

Pesquisas apontam melhorias no acesso à Atenção Básica e desconstróem mitos sobre o PMM

Após três anos do lançamento e do intenso debate social provocado, o primeiro ciclo do Programa Mais Médicos (PMM) se aproxima do seu encerramento, previsto para dezembro de 2016. Dados oficiais falam de uma cobertura de 63 milhões de pessoas em 4.058 municípios, a maioria deles em áreas de difícil acesso, por uma infantaria de 18.240 médicos, em sua maioria cubanos com especialização em Atenção Primária em Saúde e Medicina da Família, com experiência acumulada em outros países.

Ao longo desse período, diversos grupos de pesquisa dedicados aos estudos da Atenção Primária em Saúde (APS) e Medicina da Família e Comunidade lançaram seus olhares e investigações sobre os efeitos desse política de Estado, com arcabouço legal e com desdobramentos. Eles já vem sendo discutidos e publicados, e alguns deles foram apresentados no  Seminário de Pesquisas Sobre o Programa Mais Médicos  que reuniu mais de 70 pesquisadores nos dias 18 e 19 de novembro, na sede da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS/OMS).

Provisão emergencial de médicos pelo PMM: repercussões no acesso, na organização dos sistemas locais de saúde, nas desigualdades e experiências dos usuários foi o tema da primeira mesa do encontro. As apresentações foram feitas por Leonor Pacheco (UnB); Joaquim José Soares Neto (UnB) e Helcimara de Souza Telles (IPESPE/UFMG). A coordenação foi de Ligia Giovanella (ENSP/Fiocruz) e os comentários de Renato Tasca (OPAS/OMS).

Com sete subprojetos que abordam da distribuição espacial à análise da legislação e da mídia, o estudo Análise da efetividade da iniciativa Mais Médicos na realização do direito universal à saúde coletou dados das cinco macrorregiões brasileiras. Coordenado por Leonor Pacheco, ela apresentou alguns resultados preliminares, com destaque para o levantamento da distribuição espacial dos profissionais do PMM e para o estudo de caso em 32 municípios com 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza. “Em que pese aspectos positivos e negativos avaliados pelos gestores, a mensagem das ações estruturantes, das ações de ensino e do novo paradigma das residências não está chegando na ponta, pois os gestores municipais acham que o Ministério não está fazendo nada”. A possibilidade de dificuldade de comunicação entre médicos e pacientes, temor que tomou a mídia no início do projeto, comprovou-se também superado. “Tanto com os usuários como nas equipes, há uma grande integração desses profissionais”, relatou Leonor.

Na sequência, foram apresentados outros dois estudos produzidos por pesquisadores externos à Saúde Coletiva. Ex-presidente do INEP e membro do Conselho Nacional de Educação, Joaquim José Soares Neto apresentou parte do projeto de pesquisa nacional liderado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) que busca criar, a partir dos dados do censo do PMAQ de 2012, um indicador da infraestrutura das unidades básicas de saúde, estabelecendo uma linha da base que indique as condições de trabalho do médicos do PMM e que possibilite futuros monitoramentos pelos próximos ciclos de ambos os programas.

Foram avaliados 52 itens coletados, divididos em dois grandes grupos: edificação e instrumentos. “Utilizamos um metodologia conhecido como teoria de resposta ao item, que tem origem na vontade de medir conhecimento, utilizado na área educacional e vimos ser possível com ela criar vários outros indicadores em escala que possibilitem análises reais das condições estruturais”, explicou Soares, destacando a importância do instrumento para a gestão devido a sua facilidade de leitura por profissionais que não têm domínio de leituras estatísticas.

Já Helcimara Teles, professora da UFMG e pesquisadora associada do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) trouxe os dados da pesquisa quantitativa junto às comunidades assistidas e aos médicos do PMM feita por meio de entrevistas telefônicas. Entre os resultados, a percepção de que muitas comunidades, principalmente nos estados da Região Norte e nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) não têm conhecimento de que são atendidos pelo PMM. A aprovação maior se deu nos municípios do Nordeste. “A avaliação irrestrita ao Programa não é em relação somente aos médicos cooperados, sendo muito alta inclusive entre os médicos brasileiros que aderiram no segundo ciclo. Logo, a avaliação do PMM sofre e muito com a avaliação do atendimento desempenhado.

Novos profissionais e o desafio da formação: À tarde, a segunda mesa debruçou-se sobre questões da formação profissional e seus desdobramentos, com os professores Elaine Thumé (UFPel) e Carlos Eduardo Aguilera Campos (UFRJ). O coordenador foi Aluísio Gomes da Silva Jr (UFF) e os debatedores, Sandro Batista (SBMFC) e Marcia Regina Cubas (Aben).

As contribuições do PMM à formação em Saúde da Família foi o tema de Elaine Thumé, que avaliou os depoimentos recolhidos dos profissionais cooperados alunos do curso de especialização oferecido no formato de Educação à Distância pela UFPel em parceria com a Universidade Aberta do SUS (UnaSUS). O levantamento evidenciou a estratégia dos cursos como estimuladores e facilitadores para os médicos cooperados entenderem o sistema de saúde brasileiro, além da vivência dos alunos nas UBS e suas articulações com as coordenadorias regionais de saúde. “O apoio do gestor é essencial para a interação dos profissionais com o sistema e valoriza o trabalho dos médicos junto aos municípios”.

Um verdadeiro resgate histórico-emocional marcou a apresentação do professor Carlos Eduardo Aguilera. Em Análise da Aptidão de Estudantes de Medicina pela Medicina de Família e Comunidade segundo um elenco de características pessoais, ele e um grupo de pesquisadores elencaram e analisaram as respostas de alunos da graduação em Medicina da UFRJ sobre suas próprias inclinações vocacionais e se as mesmas dialogam com as características encontradas e vivenciadas na carreira e no cotidiano dos médicos de família e comunidade. “A forma como a MFC é ensinada nas universidades, estando no início e no fim da formação compromete o interesse do aluno, mantendo o miolo da formação ainda sob as mãos dos defensores das especialidades”, destacou Aguilera, que ressaltou também a percepção das mudanças de perfil e de compreensão crítico-social a partir da ampliação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como avaliação de acesso ao ensino superior.

A última atividade do dia foi a divisão da plenária em dois grupos de rodas de conversa para um melhor conhecimento das pesquisas em andamento e em desenho. Uma das roda de conversa reuniu as pesquisas sobre repercussões no acesso, na organização dos sistemas locais e na satisfação dos usuários a partir da provisão emergencial, tendo a atividade coordenada pelos professores Elaine Tomasi (UFPel) e Fúlvio Nedel (UFSC). Já as repercussões do PMM sobre a formação profissional foi o eixo da segunda roda, coordenada pelos Allan Queiroz Barbosa (UFMG) e Márcia Guimarães (UFF).

Cenários dos estudos e aplicação na gestão: No segundo dia do seminário (19), mesa e plenário discutiram prioridades, fontes de informação e metodologias aplicadas às pesquisas do PMM. Com coordenação de Luiz Augusto Facchini, a sessão contou com as apresentações de Evelina Chapman (OPAS/OMS) e Claunara Mendonça (UFRGS). O debatedor foi Alexandre Florêncio (OPAS Brasil).

Como forma de monitoramento dos resultados da própria parceira, a unidade técnica da OPAS desenvolveu o estudo Panorama das publicações e pesquisas sobre o Programa Mais Médicos e desafios para a gestão do conhecimentos. A pesquisa se deu por buscas em revistas e plataformas de conhecimento científico e técnico nos últimos dois anos, excluindo matérias jornalísticas, e um módulo a parte, que levantou a participação dos estudos no 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, organizado em julho deste ano pela Abrasco e no 31º Congresso Nacional dos Secretários Municipais de Saúde, organizado em outubro pelo CONASEMS.

“Em primeiro lugar, apareceram estudos qualitativos e descritivos, seguidos de projetos mistos e apenas 3% de estudos analíticos. Há grande variação de temas e subtemas, e os mais repetidos destacam o impacto e instrumentos de avaliação”, destacou Evelina Chapman, que propôs, a partir do levantamento uma cadeia de valor do que é estudado hoje em relação ao PMM e o que precisa ser aprofundado.

A última participação foi de Claunara Mendonça, que fez um apanhado de ideias que relacionam formas de explorar os conhecimentos em APS a partir do PMM. “Temos de aproveitar esse mega-programa que é o PMM para aprofundar pesquisas, conhecimentos e resultados da Atenção Primária brasileira. Esse desafio está centrado na avaliação do acesso e da redução das iniquidades, os principais marcos teóricos do nosso trabalho e que com a chegada das equipes nos territórios mais remotos e com maior dificuldade de fixação nos permitem observar”.

Ao longo de das as três mesas, a plenária participou ativamente, questionando conceitos e debatendo assuntos como validação das estimativas em serviços de saúde; sistematização e divisão do conhecimento e a interação das práticas clínicas, entre outros. Antes do encerramento, os coordenadores das rodas de conversa fizeram uma rápida sistematização da produção e inserção dos programas e dos pesquisadores participantes do seminário.

Em suas participações ao longo das mesas, Renato Tasca, coordenador da unidade técnica que coordena o PMM avaliou alguns resultados e desafios trazidos pelas pesquisas apresentadas no seminário. “A redução da desigualdade por conta do acesso e a aceitação são resultados de grandíssima importância. Depois dessa primeira ronda de levantamentos, estamos mais confortáveis com os dados que corroboram a real eficácia do Mais Médicos. Estamos agora partindo para a avaliação e já sabemos que temos coisas a melhorar. Sinto falta de um marco analítico para que todos partam das mesmas bases e métricas de avaliação, que não precisa ser uma coisa muito sofisticada, mas que aponte quais são as grandes perguntas que temos de responder. São mais luzes do que sombras. O papel da OPAS é ser um agente no processo de gestão e divulgação do conhecimento”.

Veja as apresentações do seminário

Apresentação OPAS

apresentacaoCarlosEduardo

ApresentaçãoElaineThume

ApresentacaoEvelina

apresentacaoevelina

apresentacaoLeonorPacheco

APS_Pesquisa_PMM(2)_Claunara final

RODAS DE CONVERSA

Roda 1 Seminário Rede APS BSB nov2105

Roda_2

Por Bruno Dias – Jornalista ABRASCO

Capes aprova criação do ProfSaúde: mestrado em Saúde da Família

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) publicou, no dia 29 de outubro, a aprovação do Mestrado Profissional em Saúde da Família em Rede Nacional (ProfSaúde), proposto pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com a Fiocruz, a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), contando com o apoio dos ministérios da Saúde e da Educação.
“A aprovação do ProfSaúde é um marco para a formação em Saúde da Família no Brasil, lembrando que temos 40.000 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) em atividade no país e não temos docentes e preceptores com formação na área em número suficiente para os cursos de graduação, residência, especialização, mestrado e doutorado”, ressaltou o coordenador do ProfSaúde, Luiz Facchini.
Para ele, o mestrado contribuirá para que a formação dos futuros médicos, enfermeiros, odontólogos e demais profissionais de saúde seja feita por docentes qualificados e titulados na área. Isso potencializará as atividades de ensino, pesquisa e extensão em Saúde da Família, tanto na academia, quanto nos serviços de saúde.
“O ProfSaúde é um desafio que deve conjugar as necessidades de formação impostas por um país da dimensão do Brasil e ao mesmo tempo atender aos critérios determinados pela Capes para a pós-graduação stricto sensu. É uma construção coletiva, para a qual contribuem diversas instituições de ensino, com o objetivo de oferecer formação de alta qualidade a profissionais da rede básica”, enfatizou a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Nísia Trindade Lima.
O programa tem o objetivo de formar profissionais que atuam na saúde da família e na atenção básica em todo país, em sintonia com os objetivos do Programa Mais Médicos. O mestrado visa ainda estabelecer uma relação integradora entre o serviço de saúde, os trabalhadores e os usuários, afirmando os valores constitucionais de universalidade, integralidade, equidade, descentralização e participação social, favorecendo a superação de obstáculos estruturais, para consolidação da Estratégia de Saúde da Família como política pública efetiva.
O curso será oferecido como continuidade da formação do Programa Mais Médicos. A primeira turma terá 200 vagas e contará com a participação de instituições de ensino e pesquisa. O mestrado, a princípio, é direcionado para os preceptores que ainda carecem de formação e para os médicos brasileiros. O lançamento do primeiro edital do ProfSaúde está previsto para o 1º semestre de 2016 e nele serão estabelecidos os detalhes do processo seletivo.

Fonte – site ABRASCO – http://www.abrasco.org.br/site/

Médicos brasileiros têm nova chance para atuar no Mais Médicos

Os profissionais brasileiros inscritos no atual edital do Mais Médicos têm nova chance para participar do Programa. Os candidatos devem indicar as opções até esta quinta-feira (19/11). Ao todo, são 134 vagas em 122 municípios. A seleção faz parte do plano de reposições trimestrais implementada pelo Ministério da Saúde a partir deste ano.

Acesse a lista dos municípios

“Os editais trimestrais garantem que as prefeituras fiquem o mínimo de tempo possível com vagas ociosas. É importante termos garantida a reposição dessas vagas rapidamente. Assim, os municípios podem dar continuidade ao desenvolvimento das atividades que os profissionais estão realizando na atenção básica, como consultas, ações de promoção da saúde e atendimentos de pequenas urgências”, destaca o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Hêider Pinto.

Os participantes podem escolher até quatro cidades onde desejam atuar através do site do Mais Médicos. Os profissionais deverão optar pela modalidade de participação desejada: receber pontuação adicional de 10% nas provas de residência, atuando na unidade básica por no mínimo 12 meses; ou permanecer no município por até três anos e receber auxílios moradia e alimentação custeados pelas prefeituras.

Confira o cronograma dos médicos

Após a validação, no sistema, do município onde deverão atuar, os profissionais precisam se apresentar às prefeituras a partir do dia 7 dezembro para iniciar as atividades nas unidades básicas de saúde. Os gestores deverão homologar os médicos até 11 de dezembro, confirmando quais compareceram ao município. Os médicos que validarem a inscrição, mas não se apresentarem dentro do prazo, ficarão impedidos de se inscrever no Mais Médicos por seis meses.

Caso as vagas não sejam preenchidas será cumprida a ordem de chamamento prevista na Lei. O edital será aberto aos brasileiros que se formaram no exterior e, em seguida, aos profissionais estrangeiros. Por fim, havendo ainda vagas, serão chamados médicos da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde.

SOBRE O PROGRAMA – Criado em 2013, o Programa Mais Médicos ampliou à assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. Com a expansão em 2015, o programa conta com 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), levando assistência para cerca de 63 milhões de pessoas.

Além do provimento emergencial de médicos, a iniciativa prevê ações voltadas à infraestrutura e expansão da formação médica no país. No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São mais de R$ 5 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país, que compõem o terceiro eixo do programa, preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e de 12,4 mil vagas de residência médica. Destas, já foram autorizadas 5.306 vagas de graduação e 7.742 vagas de residência.

Fonte site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

Rede APS e OPAS realizam o Seminário de Pesquisas sobre o Programa Mais Médicos


A  Rede de Pesquisa em APS, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), criou a Plataforma de Conhecimentos sobre o Programa Mais Médicos, espaço que busca cadastrar as principais pesquisas que estão sendo realizadas sobre o Programa para levantar os avanços, lacunas e desafios do Mais Médicos. Atualmente a plataforma possui 39 pesquisas cadastradas e podem ser acessadas pelo link http://www.rededepesquisaaps.org.br/mais-medicos/

Com o objetivo de proporcionar a discussão e troca de informações sobre as pesquisas que estão sendo produzidas, será realizado, nos dias 18 e 19 de novembro, na OPAS, em Brasília o Seminário de Pesquisas Sobre o Programa Mais Médicos. O evento contará com a participação de pesquisadores que desenvolvem as pesquisas no tema, representantes das instituições governamentais responsáveis pelo PMM, as instituições supervisoras e os integrantes do comitê coordenador da Rede APS. Espera-se, assim, discutir, documentar e partilhar os alcances e resultados do programa que, em dois anos de atividades, já atingiu a cobertura de 63 milhões de pessoas e levou 18.240 médicos a 4.058 municípios para a melhoria do Sistema único de Saúde (SUS).

 

Confira  abaixo a programação do evento:

Dia 1 – 18/11/2015
9h – 9:30 h

Abertura

OPAS – Representante

MS –SGETS – Representante

MEC – Representante

ABRASCO – Representante

9:30h – 12:30 h

Mesa 1 – Programa Mais Médicos e a provisão emergencial de médicos: repercussões no acesso, na organização dos sistemas locais de saúde, nas desigualdades e experiências  dos usuários no SUS

Coordenador: Ligia Giovanella (ENSP/FIOCRUZ)

1.Leonor Pacheco (UnB)

2. Joaquim José Soares Neto (UnB)

3. Helcimara de Souza Telles – UFMG/IPESP

Debatedor: Joaquín Molina

12:30h – 13:30 h Almoço
13:30h – 15:30 h

Mesa 2 – Repercussões do Programa Mais Médicos sobre a formação profissional

Coordenador: Aluísio Gomes da Silva Jr (UFF)

1.Maria Fátima de Sousa (UnB)

2.Elaine Thumé (UFPel)

3.Carlos Eduardo Aguilera Campos (UFRJ)

Debatedor: Sandro Batista (SBMFC) e Marcia Regina Cubas (Aben)

15:30h – 16 h Café
16h – 17:30 h Rodas de conversa

Roda de conversa 1: Pesquisas sobre o Programa Mais Médicos  e a provisão emergencial de médicos: repercussões no acesso, organização dos sistemas locais de saúde e satisfação dos usuários no SUS.

Coordenadores: Elaine Tomasi (UFPel) e Fúlvio  Nedel (UFSC)

 Roda de conversa 2: pesquisas sobre Repercussões do Programa Mais Médicos sobre a formação profissional.

Coordenadores: Allan Queiroz Barbosa (UFMG) Márcia Guimarães (UFF)

 

Dia 2 – 19/11/2015
9h – 11 h

Mesa 3 – A pesquisa sobre o Programa Mais Médicos: prioridades, fontes de informação e metodologias

Coordenador: Luiz A. Facchini (Coord, Rede APS –UFPel)

1.Evelina Chapman (OPAS/OMS) –Panorama sintético sobre a pesquisa em desenvolvimento no PMM

2. Claunara Mendonça (UFRGS)

Debatedor: Gerardo Alfaro (OPAS)

Os dois coordenadores das Rodas de conversa farão um breve relato sobre os resultados.

11h – 12h30

Debate

12h30

Encerramento

13h

Almoço

14h – 16h30 Reunião do Comitê Coordenador da Rede de Pesquisa em APS

Pauta:

1. Regimento Rede APS

2. Prestação de contas

3. O futuro da Rede APS

 

 

Configuração das práticas de inovação na atenção primária à saúde: estudo de caso.

O objetivo do estudo foi identificar as práticas das inovações na atenção primária à saúde, no segundo maior município, em população, do Rio Grande do Sul, Brasil. O método de trabalho empregado foi o estudo de caso com unidades de análise múltiplas, em que vários estudos são conduzidos simultaneamente. Foram realizadas quarenta e cinco entrevistas semiestruturadas aplicadas aos gestores das unidades básicas de saúde, com posterior submissão à técnica de análise de conteúdo, a partir da construção de uma categorização, com base bibliográfica. Foram identificadas cinquenta e seis inovações no total, sendo que dezoito foram de produto (bem e/ou serviço), quinze de processo, onze inovações de marketing e doze inovações organizacionais. Estudos que destaquem e tenham como objeto a inovação na rede básica, potencializam mudanças, melhorias e alternativas na forma como o serviço é prestado à população, servindo de base para a formulação de políticas públicas de saúde. Destacaram-se, por fim, as limitações e as oportunidades de trabalhos futuros.

Autores:

Cristine Hermann Nodari 1
Maria Emilia Camargo 1
Pelayo Munhoz Olea 1
Eric Charles Henri Dorion 1
Suzete Marchetto Claus

Artigo completo – artigo9_11_2015

Artigo publicado na Revista Ciência & saúde coletiva 2015, vol.20, n.10, pp. 3073-3086. ISSN 1678-4561 – http://www.abrasco.org.br/site/revistas/revista-ciencia-saude-coletiva/

Inscrições prorrogadas para o InovaSUS 2015

Gestores, entidades e organizações que possuam iniciativas inovadoras na gestão na área da saúde ainda têm a oportunidade de divulgar seus projetos e concorrer a prêmios com valores atrativos. O InovaSUS 2015, concurso que premia boas práticas na gestão da educação e do trabalho na saúde, teve as inscrições prorrogadas até o dia 16 de novembro. A premiação, que acontece em seu 5° ano consecutivo, é resultado de uma série de iniciativas que buscam valorizar práticas inovadoras e favorecer a articulação interfederativa, a integração e o aprimoramento dos processos de gestão no SUS.

Nesta edição, o concurso apresenta dois editais distintos: um premia projetos de gestão da educação nas modalidades Educação Permanente em Saúde para o SUS e Integração Ensino-Serviço; e o outro, experiências e projetos na gestão do trabalho na saúde. Ao todo, serão selecionados 62 projetos e experiências a serem contemplados com prêmios de valores entre R$ 60 mil e R$ 300 mil.

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Hêider Pinto, enfatiza a importância de se valorizar boas experiências de gestão. “É essencial valorizarmos iniciativas inovadoras que desenvolveram boas práticas de educação permanente, que avançaram na integração ensino-serviço para o SUS e para a formação, além das ações que produziram o encontro entre valorização, satisfação e participação dos trabalhadores com a qualidade do serviço prestado à população. Esses casos precisam ser destacados, estudados e ter seus elementos de sucesso compartilhados”, declara.

Podem apresentar propostas secretarias de saúde dos estados, municípios e Distrito Federal, consórcios públicos municipais, fundações públicas municipais e estaduais de saúde no âmbito do SUS e instituições públicas e privadas sem fins lucrativos. As inciativas poderão ser apresentadas de forma conjunta, articulando mais de um proponente, ou, ainda, em parceria com organizações da sociedade civil e prestadores de serviço ao SUS.

O edital voltado para gestão do trabalho receberá projetos sobre os temas “promoção da saúde do trabalhador do SUS”; “democratização das relações de trabalho no SUS”; “combate à discriminação no local de trabalho (de gênero, raça e etnia); “desprecarização dos vínculos de trabalho no SUS”; e “valorização dos agentes de saúde e endemias”. Já o edital com foco em educação compreende duas modalidades: “educação permanente em saúde para o SUS” e “integração ensino-serviço-comunidade”.

Confira os editais de gestão da educação e de gestão do trabalho

Interessados podem se inscrever aqui (gestão da educação) e aqui (gestão do trabalho)

Acesse aqui o FAQ do Prêmio InovaSUS

EDIÇÕES ANTERIORES – O Prêmio InovaSUS 2014, bem como os anteriores, contemplou apenas ações em gestão do trabalho – o edital voltado para educação é uma inovação da edição deste ano. No ano passado, os trabalhos abordaram os temas “experiências e práticas inovadoras na gestão do trabalho no SUS” e “plano institucional de comunicação na gestão do trabalho no SUS”. Os 30 primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro de até R$ 150 mil.

A edição de 2013 premiou 15 experiências bem sucedidas na gestão do trabalho, com foco em três temas: Gestão da Informação do Trabalho no SUS; Avaliação de Desempenho no SUS; e Dimensionamento da Força de Trabalho no SUS. Os mais bem colocados receberam prêmios de até R$ 200 mil.

Já em 2012, o prêmio recebeu o nome de InovaSUS-Carreira, pois recebeu propostas focadas na implantação de planos de cargos, carreiras e salários (PCCS) por secretarias de saúde dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, além de consórcios de saúde e fundações públicas no âmbito do SUS. Neste concurso, os 12 melhores trabalhos (espalhados pelas cinco regiões brasileiras) recebeu premiação no valor de R$ 200 mil. O concurso de 2011, o primeiro realizado pelo Ministério da Saúde, premiou 20 projetos, com valores de até R$ 150 mil.

Fonte site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/