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Arquivo Mensal março 2013

Atendimento da população masculina em unidade básica saúde da família: motivos para a (não) procura

Estudo exploratório descritivo, que objetivou conhecer os motivos que levam homens a procurar atendimento de saúde e compreender os motivos que os afastam de uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) no sul do Brasil. Pela análise dos prontuários, identificaram-se 175 atendimentos a homens entre 25 e 59 anos em 2010. Problemas agudos acometeram 93 (52,2%) usuários, a dor desencadeou 42 (23,6%) dos problemas crônicos, hipertensão arterial acometeu 37 (21,4%) clientes. Com entrevistas apreenderam-se os motivos de afastamento daquela UBSF. Sentiam-se saudáveis, por isso frequentavam pouco o serviço de saúde, ficando dez anos ou mais sem procurá-lo. Além de questões de gênero, alegaram incompatibilidade de horário, medo de detectarem doença grave, número insuficiente de fichas e falta de especialistas. Para atender às peculiaridades da população masculina, é necessário que os profissionais de saúde se capacitem, problematizem a realidade de cada UBSF e, juntamente com os gestores, vislumbrem e operacionalizem estratégias inclusivas de atendimento.(AU)

Autores:

Katiucia Letiele Duarte Vieira; Vera Lúcia de Oliveira Gomes;Marta Riegert Borba;César Francisco da Silva Costa.

artigo

 

 

A construção da integralidade no trabalho cotidiano da equipe saúde da família

Trata-se do recorte de uma tese de doutorado de abordagem qualitativa, delineada pela estratégia de pesquisa Estudo de Casos Múltiplos Holísticos, com objetivo de compreender a construção das práticas de integralidade em saúde no trabalho cotidiano das equipes de Saúde da Família e de gestores de três municípios do Vale do Jequitinhonha-MG. Foram entrevistados 48 trabalhadores das equipes Saúde da Família e de apoio, além dos secretários municipais. Apresenta-se uma das categorias de análise que mostra a importância dada ao trabalho em equipe multiprofissional e o reconhecimento da necessidade do trabalho do outro, isto é, a complementaridade e a interdependência das ações para prestar uma assistência integral e resolutiva. Algumas equipes apresentaram ações interdisciplinares com uso das diferentes habilidades na identificação e resolução dos problemas. Outras convivem com ações individualizadas, mas referem a necessidade de responsabilidade compartilhada nas ações e decisões da equipe para alcançar a integralidade em saúde.(AU)

Autores: Selma Maria da Fonseca ViegasI; Cláudia Maria de Mattos PennaII             

estudo

Esc. Anna Nery vol.17 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2013

Doenças associadas à obesidade custam meio bilhão de reais

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou nesta terça-feira (19) portaria que cria a Linha de Cuidados Prioritários do Sobrepeso e da Obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Dados do Ministério da Saúde revelam que o SUS gasta anualmente R$ 488 milhões com o tratamento de doenças associadas à obesidade. A nova linha define como será o cuidado, desde a orientação e apoio à mudança de hábitos até os critérios rigorosos para a realização da cirurgia bariátrica, último recurso para atingir a perda de peso.

A obesidade é um fator de risco para a saúde e tem forte relação com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes. “Este é o momento de o Brasil agir em todas as áreas, prevenção e tratamento, atuando com todas as faixas etárias e classes sociais, com um esforço pra quem tem obesidade grave”, ressaltou o ministro, durante a apresentação da pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), que rastreou os gastos com obesidade no SUS.

Os custos com o tratamento da obesidade grave atingem hoje R$ 116 milhões, outro dado importante apontado pela pesquisa. Foram analisados dados de internação e de atendimento de média e alta complexidade relacionados ao tratamento da obesidade e de outras 26 doenças relacionadas (ver tabela no fim do texto), entre elas isquemias do coração, cânceres e diabetes.

Levantamentos mostram que o excesso de peso e a obesidade têm crescido no Brasil. De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2011 pelo Ministério da Saúde, a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. Padilha destacou que a obesidade está mais presente na população com renda menor que três salários mínimos e com menos de oito anos de estudo.

LINHA DE CUIDADO – A portaria prevê atividades desde a Atenção Básica para o cuidado do excesso de peso e outros fatores de risco que estão associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. A atenção básica vai proporcionar diferentes tipos de tratamentos e acompanhamentos ao usuário, o que inclui também atendimento psicológico.

“Precisamos cuidar da qualidade de vida, oferecer novos caminhos, como alimentação adequada e atividade física. Se as pessoas com obesidade grave ficarem no estado de obesidade, elas já terão melhor qualidade de saúde, poderão reconstruir seus hábitos de vida com uma situação diferente”, afirmou o ministro, explicando que o atendimento será de acordo com a realidade de cada pessoa.

A pessoa com sobrepeso (IMC igual ou superior a 25) poderá ser encaminhada a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. Atualmente, 82,1% dos 1.888 NASFs contam com nutricionistas, 85,7% com psicólogo e 61,6% com professores de educação física.  Toda a evolução do tratamento será acompanhada por uma das 37 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), presentes em todos os municípios brasileiros.

O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 114 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões. A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da saúde.

CIRURGIA BARIÁTRICA – A nova portaria do Ministério da Saúde também reduz de 18 para 16 anos a idade mínima para realizar o procedimento, em casos em que há risco ao paciente. A iniciativa foi tomada com base em estudos que apontam o aumento crescente da obesidade entre os adolescentes, como a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009 (POF). A POF verificou que na faixa de 10 a 19 anos o percentual de 21,7% dos brasileiros apresenta excesso de peso – em 1970, este índice estava em 3,7%. A avaliação clínica nos jovens entre 16 e 18 anos deverá constar no prontuário e deve incluir: a análise da idade óssea e avaliação criteriosa do risco-benefício, realizada por equipe multiprofissional com participação de dois profissionais médicos especialistas na áreaA idade máxima, que até então era de 65 anos, também foi alterada. Com a portaria, o que determinará para o indivíduo se submeter à cirurgia não será a idade, e sim a avaliação clínica (risco-beneficio), podendo ultrapassar o limite atualmente estabelecido.

O documento também prevê incremento no valor pago em cinco exames ambulatoriais pré-operatórios – os aumentos serão de 100% a 277%. A portaria prevê ainda reajuste médio em 20% das técnicas de cirurgia bariátrica na tabela do SUS. Além do incremento financeiro,o SUS passa a autorizar a realização da técnica Gastrectomia Vertical em Manga (Sleeve), totalizando a cobertura de quatros técnicas de cirurgia bariátrica. Também há novidade na cirurgia plástica reparadora pós-operatória. O SUS dará cobertura para mais uma cirurgia plástica reconstrutiva, a dermolipectomia abdominal circunferencial pós-gastroplastia, totalizando cinco tipos de cirurgias.

AÇÕES EM DESENVOLVIMENTO – Para frear a obesidade e o sedentarismo, que são fatores de risco importantes para doenças crônicas, e promover hábitos de vida mais saudáveis, o Ministério da Saúde prevê uma série de iniciativas no Plano de Ação para Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), por meio de parcerias com o setor privado e outras pastas do governo. Lançado em agosto de 2011, o plano tem por meta reduzir em 2% ao ano a taxa de mortalidade prematura causada por DCNT até 2022.

O ministério investe também em ações preventivas para evitar a obesidade em crianças e adolescentes, como o Programa Saúde na Escola (PSE), que este ano está aberto a todos os municípios e passa a atender creches e pré-escolas. Para 2013, está previsto o investimento de R$ 175 milhões. Outra medida é a parceria do ministério com Federação Nacional de Escolas Particulares para distribuição de 18 mil Manuais das Cantinas Escolares Saudáveis como incentivo a lanches menos calóricos e mais nutritivos.

Para melhorar a dieta dos brasileiros e qualidade de vida, o Ministério da Saúde firmou um acordo com a indústria alimentícia que prevê a redução gradual do teor de sódio em 16 categorias de alimentos. A previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de 20 mil toneladas de sódio.

A autora da pesquisa apresentada nesta terça-feira, Michele Lessa, destacou a resposta do Ministério da Saúde à questão ao criar a linha para prevenção e tratamento da obesidade: “A partir de dados epidemiológicos disponibilizados pelo próprio ministério, foi possível fazer a associação da obesidade com outras doenças para analisar o valor gasto no SUS com o tratamento da obesidade”.

TABELA 1 –Lista de doenças relacionadas à obesidade:

A experiência do Grupo Hospitalar Conceição no manejo de hipertensão e diabetes na APS

O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) está conseguindo enfrentar a epidemia das doenças crônicas após reorganização do Serviço de Saúde Comunitária (SSC), um serviço de Atenção Primária que cobre aproximadamente 105 mil pessoas residentes nas zonas norte e leste de Porto Alegre. Composto por 12 unidades de saúde, o SSC registra resultados positivos na qualidade da atenção prestada aos usuários com diabetes e hipertensão arterial, assim com na melhoria de acesso do cidadão ao serviço. “Nós atualizamos os serviços com a necessidade de saúde da população atendida por nós. Já tínhamos hipertensos e diabéticos acompanhados, mas gostaríamos de ampliar o acesso dos que não estavam acompanhados e com as melhores tecnologias do manejo de crônicas”, conta Claunara Mendonça, gerente do Serviço de Saúde Comunitária/GHC.

O reflexo do trabalho foi observado na redução do número de internações hospitalares, comparando os anos de 2010 e 2012. Foram internadas, nesse período, menos pessoas por hipertensão (de 12 para 5), por angina de peito (20 para 6), por insuficiência cardíaca (93 para 25), por doenças cerebrovasculares (106 para 52) e por diabetes (49 para 16) em hospitais do GHC. Esse resultado se torna ainda mais relevante porque ocorreu no momento em que houve incremento de cobertura, ou seja, quando o serviço de saúde melhorou a identificação e o vínculo das pessoas hipertensas e diabéticas com o serviço. Entre janeiro de 2010 a dezembro de 2012, a cobertura em hipertensão arterial passou de 34% para 59% e em diabete melito, de 35% para 53% da estimativa populacional do SSC. Atualmente estão inscritos nas unidades 10.984 hipertensos, sendo 67% encontram-se com a pressão controlada, e 3.064 diabéticos, com 52% deles com glicemia controlada.

A mudança começou quando o enfrentamento da condição crônica passou a fazer parte do plano estratégico do SSC. “O cuidado das crônicas, diabetes, hipertensão arterial e sofrimento psíquico, passou a ser prioridade no SSC. Uma das mudanças foi a implantação de indicadores gerenciais para esses problemas, com metas estabelecidas pelas equipes cujo cumprimento é parte da avaliação de desempenho dos trabalhadores, explica a gerente Claunara Mendonça. A gestora conta ainda que a etapa mais difícil foi a de estabelecer o papel de cada um da equipe multiprofissional no cuidado do usuário crônico. “Não é uma construção fácil. Estamos permanentemente passando por alinhamentos conceituais e discussões de formação para avançarmos na implantação de novas formas de oferecer o cuidado”, conta.

Primeiramente, foi feito um levantamento das necessidades de ensino e atualização dos profissionais de saúde, que somam cerca de 450 pessoas. “A receptividade foi muito positiva porque havia uma ânsia em aprender novas tecnologias para o manejo de crônicas. Por meio de um questionário, verificamos que havia uma necessidade de atualização clínica em hipertensão e diabetes, entre toda a equipe, médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde”, explica a médica Sílvia Takeda, da equipe de monitoramento do SSC.

A demanda foi respondida nos dois últimos anos (2011 e 2012) com a realização de oficinas, de encontros regulares nas unidades de saúde e de discussões sobre questões clínicas para cada categoria profissional, sensibilizando e capacitando, assim, toda a equipe para a nova abordagem de cuidado das doenças crônicas. “Apostamos em um processo contínuo de educação permanente para sustentar a mudança. Sistematizamos as práticas preconizadas pelo Modelo de Atenção às Condições Crônicas nos nossos encontros e oficinas. Atualizamos os protocolos clínicos da diabetes e hipertensão, amplamente divulgado e utilizado pela equipe. Elaboramos um algoritmo para subsidiar os médicos e enfermeiros durante as consultas nas unidades de saúde”, conta a coordenadora do Centro de Pesquisas em Atenção Primária/SSC/GHC, Margarita Diercks.

Este ano (2013) estão sendo introduzidas novas ferramentas do manejo de crônicas nas unidades de saúde, como as consultas coletivas por equipe multidisciplinar; a utilização de instrumentos de autocuidado apoiado; e o plano de cuidado elaborado e monitorado pelos profissionais e usuários. “Estamos fazendo um alinhamento conceitual sobre as ferramentas, que de certa forma demandam novas atitudes e práticas por parte dos profissionais e dos usuários, mas contamos com a boa receptividade deles”, diz Silvia Takeda.

Também será implantada este ano a estratificação de risco de vulnerabilidade de pacientes, com uma nova metodologia que avalia o risco cardiovascular com a capacidade do usuário de se cuidar, que foi desenvolvida por dois médicos do SSC. “Faremos inicialmente essa estratificação por meio manual, pois ainda não conseguimos avançar no sistema de informação”, explica Claunara Mendonça. Outra demanda decorrente da estratificação será a programação de consultas de acordo com as necessidades dos usuários. “Estamos repactuando com os gerentes de unidades, profissionais de saúde, essa questão da agenda de consultas, e algumas delas ocorrerão de forma coletiva”, explica a gerente.
Avaliação

O grupo de monitoramento do SSC acompanha a implantação do modelo de crônicas por meio de um conjunto de indicadores relacionados à atenção em Hipertensão de Diabetes, são eles: cobertura de hipertensos e diabéticos, proporção de hipertensos e diabéticos com controle clínico; proporção de hipertensos com rastreamento para depressão/ansiedade/alcoolismo (através da aplicação do SRQ20 e CAGE para hipertensos cujo controle clínico não está adequado); proporção de hipertensos com depressão/ansiedade/alcoolismo com plano terapêutico estabelecido.

Além desse monitoramento, o Centro de Pesquisa em APS do GHC avaliará o impacto na situação de saúde e no processo de trabalho, por meio do projeto de pesquisa “Avaliação da Atenção à Saúde em hipertensão arterial sistêmica e diabete melito, em Atenção Primária”. A pesquisa longitudinal com duração prevista para 4 anos prevê o acompanhamento de pelo menos 4 medidas de indicadores de resultado (na população) e indicadores de processo (na população e nos profissionais das equipes multidisciplinares). A avaliação dos processos educativos utiliza como referencial as dimensões de Kirkpatrick modificado por Freeth (satisfação dos participantes com a atividade de ensino-aprendizagem, mudanças de conhecimento, práticas, atitudes, e resultados em saúde). “O fato de ter uma pesquisa acompanhando todo processo de mudança no modelo de atenção do SSC traz um ar seriedade e continuidade. Com o registro teremos evidências científicas sobre a experiência em curso”, diz Margarita Diercks. Foi realizado um estudo transversal para avaliar a situação de saúde das pessoas com diabetes e hipertensão e a organização dos serviços no momento da introdução das mudanças no modelo de atenção, onde 2.529 usuários hipertensos e diabéticos e 329 profissionais de saúde que compunham as equipes multidisciplinares foram entrevistados.

Por Vanessa Borges, do Portal da Inovação em Saúde (www.inovacaoemsaude.org)

Provab leva 114 médicos para 43 municípios do Pará

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu, nesta terça-feira (12), em Belém, os médicos que atuarão no Pará pelo Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica – Provab. Ao todo, 114 profissionais trabalharão nas unidades básicas de 43 municípios do estado, cursando especialização em Saúde da Família e recebendo bolsa federal no valor de R$ 8 mil mensais, custeada integralmente pelo Ministério da Saúde. No encontro, o ministro fez uma apresentação para orientar os médicos sobre o funcionamento do SUS e do programa. Ele disse aos médicos que eles ainda terão orgulho de fazer parte do Provab. “Um programa que vai avançar na história da formação médica no País”, disse.

“Queremos criar uma nova cultura, um novo caminho, para o processo de formação médica. Porém, outro impacto do Provab é levar médicos para locais com dificuldade de fixar médicos por um ano. Não se faz saúde sem médicos e sem profissionais de saúde”, declarou o ministro. Em todo o País, o Provab promoverá a atuação de 4.392 médicos nos serviços de Atenção Básica, beneficiando a população de 1.407 municípios. O número de médicos pode, no entanto, aumentar uma vez que os profissionais inscritos no Provab, mas que ainda não conseguiram ser alocados no município pleiteado, estão sendo remanejados pelo Ministério da Saúde.

QUALIFICAÇÃO SUPERVISIONADA – Os médicos cursarão uma pós-graduação com duração de 12 meses, por meio do qual atuarão nas equipes de Atenção Básica sob a supervisão de Instituições de Ensino Superior (IES) e acompanhamento dos gestores locais, além de cursarem aulas teóricas ministradas em metodologia EAD (Ensino a Distância) pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UnA-SUS).

Os médicos serão supervisionados por universidades e hospitais de ensino credenciados pelo Ministério da Educação (MEC), por meio de supervisores remunerados com bolsa federal no valor de R$ 4 mil. Para garantir a qualidade do serviço prestado, os profissionais serão avaliados trimestralmente.  A avaliação será realizada de três formas – pelo supervisor, que vale 50% da nota, 30% pelo gestor e pela equipe na qual ele atuará, e 20% por autoavaliação.

Os médicos que cumprirem as atividades estabelecidas pelo programa e receberem nota mínima de sete terão pontuação adicional de 10% nos exames de residência médica, conforme resolução da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). “Para ter acesso a essa bonificação tem que fazer jus. Por isso, vamos fazer uma cobrança efetiva da carga horária desses profissionais”, destacou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Sales presente à cerimônia.

DISTRIBUIÇÃO – A alocação dos profissionais foi orientada pelas opções selecionadas pelo próprio médico e por critérios de preferência. Tiveram prioridade no processo os profissionais que se graduaram, obtiveram certificado de conclusão de curso ou revalidaram diploma em instituição de ensino localizada na unidade da federação a qual pertence o município, bem como os nascidos no estado. O segundo critério consistiu na data e horário da adesão, e o terceiro, na idade do profissional, tendo preferência a maior.

No Norte, 241 profissionais atuarão em 99 municípios. A região Nordeste foi a que contou com o maior número de municípios participantes (48%) – 681 secretarias municipais de saúde receberão 2.494 profissionais do programa. Já a região Sudeste teve a segunda maior participação dos municípios, 357 para os quais serão enviados 1.018 profissionais. O Sul contará com 370 médicos do programa em 169 municípios, e o Centro-Oeste terá 269 médicos atuando em 101 cidades.

Dentre os municípios participantes, cerca de 21% possuem população rural e pobreza elevada, e serão contemplados com 633 médicos. As periferias dos grandes centros (regiões metropolitanas) são as localidades que receberão mais profissionais (1.724), e correspondem a 20% dos municípios participantes. Outras regiões prioritárias que contarão com mais médicos são: população maior que 100 mil habitantes (434); intermediários (944); população rural e pobreza intermediária (617); e populações quilombola; indígena e dos assentamentos rurais (40).

SUPORTE – Os médicos participantes terão acesso às ferramentas do Telessaúde Brasil Redes, programa do Ministério da Saúde que promove a orientação dos profissionais da Atenção Básica, por meio teleconsultorias com núcleos especializados localizados em instituições formadoras e órgãos de gestão.

Outra ferramenta disponível é o Portal Saúde Baseada em Evidências, plataforma que disponibiliza gratuitamente um banco de dados composto por documentos científicos, publicações sistematicamente revisadas e outras ferramentas (como calculadoras médicas e de análise estatística) que auxiliam a tomada de decisão no diagnóstico, tratamento e gestão.

Fonte site MS www.saude.gov.br

Mestrado Profissional em APS da ENSP: aula inaugural em 15/3

A aula inaugural da segunda turma do curso de Mestrado Profissional em Atenção Primária em Saúde da ENSP, com ênfase na Estratégia de Saúde da Família (ESF), receberá, no dia 15 de março, o professor da Universidade Federal do RJ (UFRJ), Emerson Mehry. Com o tema O cotidiano do trabalho e sua micropolítica: nossas implicações com o cuidado em foco, a aula será realizada às 13 horas, no salão internacional da ENSP. Esse curso de mestrado profissional integra o Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola – uma iniciativa acadêmica reconhecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

Desenvolver competência para realizar ações de promoção da saúde; atuar na atenção à saúde da família; realizar a gestão do cuidado do indivíduo, da família e da comunidade; utilizar informações em saúde na ESF; e realizar atividades de educação em saúde no âmbito da ESF, como preceptoria, educação permanente, metodologias de ensino e aprendizagem. Esses são os principais objetivos da formação. O curso visa ainda formar profissionais que realizem ações de planejamento e avaliação na ESF e produzam conhecimento em serviços de saúde. Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC) do Rio de Janeiro, o curso é dirigido exclusivamente a profissionais de saúde que atuem na ESF e no apoio matricial às equipes de saúde da família no âmbito da SMSDC/RJ.

Sobre o palestrante

Emerson Merhy possui graduação e mestrado em Medicina (1973 e 1983, respectivamente), ambos pela Universidade de São Paulo, e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (1990). Atualmente, é professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas, professor colaborador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na pós-graduação em Clínica Médica, além de ser um dos coordenadores da Linha de Pesquisa Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Gestão e Planejamento em Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: trabalho em saúde, medicina social, rede básica, gestão da mudança e gestão de processo de trabalho. Dedica-se à pesquisa sobre Micropolítica do trabalho e o cuidado em saúde.

Fone site da ENPS- www.ensp.fiocruz.br

SMS de Curitiba promove reunião sobre o manejo das condições crônicas na APS

O secretário executivo e a assessora técnica do CONASS, Jurandi Frutuoso e Maria José Evangelista, respectivamente, participaram nesta quinta-feira (07), em Curitiba, da reunião do Laboratório de Manejo de Crônicas na Atenção Primária à Saúde (APS), com o Secretário Municipal da Saúde, Adriano Massuda e seus assessores para debater a pesquisa de base populacional a respeito de diabetes, hipertensão e depressão por estratos de risco e fatores de risco associados.

A pesquisa faz parte das ações do Laboratório coordenado pelo Centro de Informações em Saúde (CIS) da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, o laboratório tem o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Seu objetivo é produzir e disseminar conhecimentos com foco em soluções práticas e instrumentos inovadores, visando transformar o conhecimento tácito em explícito, e implantar o modelo de atenção às condições crônicas no contexto das Redes de Atenção à Saúde.

O Laboratório conta também com a assessoria técnica da Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que trabalhou o desenho da pesquisa avaliativa proposto para avaliar a implantação do Modelo de Atenção à Condição Crônica, em especial o estudo de caso em desenvolvimento nas Unidades Básicas de Saúde.
Ascom/CONASS

Fonte site APS redes www.apsredes.org

 

Edital de convocação para o programa internacional de formação de líderes de pesquisa em APS – Data limite 29/03‏

Inscrição e Seleção

Estão abertas as inscrições para o Programa Internacional de Formação de Líderes de Pesquisa em APS que terá seu primeiro encontro residencial em Oxford em julho de 2013. Universidades são convidadas a nomear um candidato que tem demonstrado potencial para se tornar um futuro líder em pesquisa em atenção primária para se candidatar a um lugar no programa. Ao total oito candidatos serão selecionados em 2013. O custo total do programa ao longo dos 2 anos para os candidatos aprovados é de 6.000 libras esterlinas.

A data limite para as inscrições é 29 de março de 2013.

Critérios e informação do Programa, e um formulário de inscrição e seleção estão disponíveis para download abaixo.

Application form

O programa é organizado pelo Departamento de Atençao Primária à Saúde da Universidade de Oxford e faz parte da Iniciativa “Brisbane”, uma colaboração internacional de universidades fundada por um grupo de chefes de departamentos de APS em uma reunião em Brisbane em 2002.
Foi concebido para promover e desenvolver futuros líderes em pesquisa em APS. O programa consiste em três reuniões residenciais em Oxford destinados a ajudar os participantes a explorar os diferentes aspectos de liderança em pesquisa em atenção primária. Os participantes são incentivados a identificar as suas próprias necessidades de desenvolvimento, formar grupos internacionais de aprendizagem e estabelecer um programa de acompanhamento ao longo dos 2 anos. Os participantes terão acesso a líderes internacionais em pesquisa em atenção primária,e a especialistas em liderança estratégica (coaching).

Palestrantes

Fiona Godlee (Editor do BMJ), Paulo Glasziou (Medicina Baseada em Evidências), Iain Chalmers (Colaboração Cochrane), Richard Smith (Diretor da Iniciativa UnitedHealth) Muir Gray (SNS Serviço Nacional de Conhecimento), Richard Horton (Editorda revista Lancet), André Knottnerus (Presidente, Conselho de Saúde da Holanda), Chris van Weel (presidente anterior da WONCA), Carl Heneghan (Diretor do Centro de Medicina Baseada em Evidências), e Doug Altman (Diretor de o Centro de Estatística em Medicina). Até o momento sete grupos de todo o mundo participaram no programa e eles continuam a se encontrar e de rede em uma base contínua.

 

Mais informações

http://www.phc.ox.ac.uk/events/international-primary-care-research-leadership-programme

 

Prazos para construção de UBS estão mais rígidos

O Ministério da Saúde definiu prazos mais rígidos para a conclusão das obras e início de funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Foram publicadas, no Diário Oficial da União (DOU), quatro portarias que redefinem os prazos e ampliam os incentivos financeiros para construção, ampliação e reformas dessas unidades de todo o País.

Confira as portarias:

Portaria 339– Ampliação de UBS

Portaria 340– Construção de UBS

Portaria 341– Reforma de UBS

As portarias sobre redefinição de prazos para UBS trazem duas determinações específicas. A primeira altera os prazos para os municípios que tiveram projetos habilitados até 2012. Nesses casos, os prazos de reforma e ampliação são: seis meses, a partir de 5 de março de 2013, para a inserção da ordem de início de serviço no Sismob, e 18 meses, para conclusão da obra e devida informação no sistema. Já as construções deverão seguir as seguintes determinações: seis meses para inserção da ordem de início de serviço e sua inserção no Sistema de Cadastro de Proposta do Fundo Nacional de Saúde, e 18 meses para emissão e inserção no sistema do atestado de conclusão de edificação da unidade. Depois disso, o gestor terá 90 dias para colocar a unidade em funcionamento.

A outra determinação é voltada para gestores municipais contemplados a partir de 2013. Para esses projetos, os prazos de reforma e ampliação são: nove meses, a contar da data de crédito dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo, para a inserção da ordem de início de serviço no Sismob, e 18 meses,a partir da data de recebimento dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo, para conclusão da obra e devida informação no sistema. Para as construções, os gestores devem obedecer aos seguintes prazos: nove meses, a partir da data de crédito dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo, para a emissão da ordem de início de serviço e de sua inserção no sistema, 18 meses para emissão do atestado de conclusão de edificação da unidade e 90 dias, após a conclusão, para início de funcionamento da UBS.

Com as portarias, aumentam os valores dos incentivos para o financiamento da construção de novas UBS. As de porte I receberão R$ 408 mil, as de porte II, R$ 512 mil, as de porte III, R$ 659 mil, e as de porte IV, R$ 773 mil. Aumentam também as definições das áreas físicas mínimas e dos ambientes necessários em uma UBS.

 

Prazos para projetos habilitados até 2012:

Reforma e Ampliação:

6 meses para a emissão da Ordem de Início de Serviço e sua inserção no Sismob; e

18 meses para conclusão da obra e devida informação no Sismob.

Construção:

6 meses para a emissão da Ordem de Início de Serviço e sua inserção no Sistema de Cadastro de Proposta do Fundo Nacional de Saúde;

18 meses para emissão do Atestado de Conclusão de Edificação da Unidade e sua inserção no Sistema de Cadastro de Proposta do Fundo Nacional de Saúde;

Prazos para projetos habilitados a partir de 2013:

Reforma e Ampliação:

9 meses, a contar da data de crédito no respectivo fundo de saúde dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo financeiro, para a emissão da Ordem de Início de Serviço e sua inserção no Sismob; e

18 meses, a contar da data de crédito no respectivo fundo de saúde dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo financeiro, para conclusão da obra e devida informação no Sismob.

Construção:

9 meses, a contar da data de crédito no respectivo fundo de saúde dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo financeiro, para a emissão da Ordem de Início de Serviço e sua inserção no Sismob;

18 meses, a contar da data de crédito no respectivo fundo de saúde dos recursos relativos à primeira parcela do incentivo financeiro, para emissão do Atestado de Conclusão de Edificação da Unidade e inserção do mesmo no Sismob.

 Fonte site MS www.saude.gov.br

CNPq oferece bolsas no exterior de doutorado e pós-doutorado na área de saúde – 28/03

Continuam abertas, até 28 de março, as inscrições para bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado para a realização de estudos no Reino Unido, na Espanha e nos Estados Unidos. As áreas contempladas são as doenças metabólicas, doenças tropicais e negligenciadas, doenças infecciosas, doenças respiratórias, processos inflamatórios e imunologia, biofarmacêutica, biologia computacional e novas tecnologias. As bolsas serão concedidas no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras e terão duração de até 12 meses, para doutorado-sanduíche, e de até 24 meses, para pós-doutorado.

Os estudos e pesquisas serão realizados nos laboratórios da multinacional da área farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). O acordo entre o CNPq e a GSK, assinado em outubro de 2011, visa promover a participação em pesquisas conjuntas por meio da concessão de bolsas de estudo destinadas à formação de pesquisadores no exterior. O objetivo do laboratório é estabelecer uma cooperação duradoura com instituições locais da área de saúde, tendo como foco pesquisas em doenças infecciosas, metabólicas e respiratórias.

Para essa chamada, o CNPq disponibilizará até 15 bolsas para estudantes e pesquisadores interessados em realizar parte de suas pesquisas em um dos laboratórios da GSK. A avaliação dos candidatos será realizada em quatro etapas:

1ª. enquadramento das propostas pela área técnica do CNPq;

2ª. avaliação por consultores ad hoc;

3ª. avaliação por comitê julgador;

4ª. avaliação pela GSK, que consistirá em entrevista com a equipe dessa empresa. A equipe definirá em qual laboratório (Estados Unidos, Reino Unido ou Espanha) os candidatos aprovados desenvolverão seus trabalhos.

Clique aqui e saiba mais.

Fonte(s): Jornal da Ciência