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Relatório do 3º fórum de discussão da rede

Relatório do Fórum de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde: como construir uma agenda para o Brasil?

A necessidade e relevância da pesquisa para o fortalecimento dos sistemas de saúde têm sido ressaltadas, especialmente na última década, assim como, a importância de mecanismos que aproximem a ciência (ou a pesquisa) do cotidiano dos profissionais de saúde e dos formuladores de políticas. Este fórum discutiu o processo de construção de uma agenda de pesquisa em APS, a partir de três questões-chave que abordaram os temas prioritários, mecanismos para impulsionar a produção neste campo, bem como o papel da Rede de APS e, finalmente, as possibilidades de uma melhor utilização dos resultados da pesquisa na formulação de políticas e nas práticas dos serviços de saúde.
As contribuições dos participantes foram sistematizadas de acordo com as questões propostas e são apresentadas abaixo.

1. Considerando-se que a elaboração de uma agenda de pesquisa em APS deve buscar refletir a natureza e complexidade desse objeto, que eixos ou dimensões devem ser priorizados na pesquisa em APS e por quê?   
Muitos dos participantes referiram como prioridades temas que se relacionam com a melhor organização do sistema de saúde e da atenção primária, como:
·        Organização da rede de atenção, investigando as interfaces entre serviços e níveis de atenção, integração da rede assistencial, requisitos para que a equipe de saúde da família/APS possa exercer a coordenação dos cuidados e a APS seja efetivamente a ordenadora da rede;
·        Formação dos profissionais e qualificação dos processos de trabalho para consolidação da APS;
·        Intersetorialidade, abordando as interfaces e cooperação da APS com outras políticas públicas desde o nível federal até o território local para incidir sobre determinantes sociais e promover a saúde;
·         Avaliação de efetividade da APS no estado de saúde da população, destacando-se a promoção da saúde, prevenção de fatores de risco e o controle das doenças crônicas;
·        Avaliação de custo-efetividade da APS e do gasto público em saúde;
·        Pesquisa clínica sobre problemas de saúde em contextos de APS, superando o paradigma da pesquisa clínica baseada na produção de evidências geradas por especialistas em cenários de atenção especializada e em hospitais.

2. Que iniciativas devem ser implementadas ou fortalecidas para impulsionar o desenvolvimento da pesquisa em APS e qual o protagonismo e tarefas da Rede de Pesquisa em APS nessa questão?
Várias iniciativas para o fortalecimento do desenvolvimento da pesquisa em APS foram levantadas, como a necessidade de construção de indicadores, a melhoria da qualidade dos registros e o uso de ferramentas, como o prontuário eletrônico, para apoiar o monitoramento e avaliação da resolubilidade e dos processos de trabalho das equipes de atenção primária e o incentivo à pesquisa nos cursos de graduação e no âmbito das equipes de saúde da família.
Foi destacado o papel da nossa rede em estreitar o diálogo entre todos os envolvidos, gestores, pesquisadores, profissionais e comunidade; divulgar a contribuição das pesquisas realizadas (resultado e aplicabilidade) na gestão do sistema e serviços de saúde; criar canais de comunicação entre gestores e pesquisadores possibilitando identificar e acolher demandas de pesquisa baseadas em problemas concretos dos serviços e situação de saúde dos municípios brasileiros e fazer gestões junto ao DAB e Decit para proposição de editais específicos para financiamento da pesquisa em APS.

3. Como melhorar a utilização dos resultados de pesquisa por gestores e profissionais no âmbito da APS?
Para melhorar a utilização dos resultados das pesquisas devem ser implementadas diversas iniciativas: apoiar a formação de pesquisadores com vistas a melhorar a qualidade das pesquisas com delineamentos de estudos mais robustos; construir espaços permanentes de articulação entre os setores de saúde e ciência e desenvolvimento, a exemplo de parcerias entre as secretarias estaduais e municipais de saúde e as universidades e fundações de apoio à pesquisa; estimular a criação de núcleos de pesquisa em APS no âmbito das instituições de ensino superior, e o reforço das atividades de pesquisa considerando as necessidades e prioridades do sistema de saúde e promover a divulgação e discussão dos resultados de pesquisa nas comissões intergestores bipartite e tripartite e nos conselhos de saúde do SUS.

Rosana Aquino
Maria Guadalupe Medina

Rede APS

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